terça-feira, 29 de março de 2011

“Mantega quer mudar presidente do Conselho da Vale” (Fonte: O Estado de S. Paulo)


“Autor(es): Beatriz Abreu e Adriana Fernandes

Plano é levar secretário executivo da Fazenda, Nelson Barbosa, à presidência do Conselho

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, o intermediador do governo com os acionistas da Vale no processo de substituição do presidente da companhia, Roger Agnelli, pretende avançar na negociação. A intenção, segundo uma fonte ouvida pela Agência Estado, é acertar com a Previ a condução do secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, à presidência do Conselho de Administração.
A indicação de Barbosa para o conselho, como representante da Previ, a partir de abril, já estava certa. O fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil vai substituir dois de seus quatro conselheiros na Vale: Jorge Luiz Pacheco e Sandro Kohler Marcondes. No lugar entrarão Barbosa e o atual presidente do conselho deliberativo da Previ, Robson Rocha. Por meio de sua assessoria de imprensa, o ministro da Fazenda negou que pretenda indicar Nelson Barbosa para presidir o Conselho de Administração da Vale.
A eventual nomeação de Barbosa para presidir o conselho abriria um precedente inédito na empresa, desde sua privatização, em 1997. Principais acionistas da mineradora, a Previ e a Bradespar (empresa de participações do Bradesco) têm um acordo tácito: a primeira indica o presidente do conselho e a segunda, o presidente executivo.
Tradicionalmente, o presidente da Previ exerce a função de comandar o conselho, onde são decididas as principais estratégias da Vale. Ricardo Flores, que assumiu a presidência da Previ em junho do ano passado, demorou cinco meses para substituir o antecessor, Sérgio Rosa, no conselho da mineradora.
Analistas de mercado interpretaram, à época, que o governo esperou por um tempo se dissiparem os rumores de ingerência política na Previ (dois diretores foram substituídos em pleno mandato e empossados junto com Flores) para promover a substituição que, então, já estaria assimilada pelo mercado.
A substituição de Flores por Barbosa não estaria sendo considerada pelo governo como uma manifestação de ingerência política. "Ao contrário. As negociações estão sendo cuidadosas para que se mantenha o equilíbrio de forças na Vale", disse a fonte. "O Ricardo Flores permanecerá como presidente do Conselho, por enquanto", acrescentou.
A Valepar - instrumento criado para agregar os sócios controladores da mineradora - detém o controle da Vale com 33,3% do capital total e 53,5% do capital votante (ON). Isoladamente, a Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, é o acionista de maior peso, já que 49% do capital votante da Valepar estão em mãos da Litel (Previ, Funcef, Petros e Funcesp), e cabem à Previ 80% dessa fatia. A Valepar é formada também pela Bradespar (21% do capital ON), Mitsui (18%), BNDESPar (11,5%) e Eletron (Opportunity, com 0,029%).
Agnelli. A decisão sobre o nome que sucederá Agnelli na presidência da Vale ainda não foi acertada entre os sócios. Cotado como um dos principais candidatos, o diretor de Operações de Metais Básicos da Vale, Tito Botelho Martins, que administra, no Canadá, a operação da subsidiária Vale Inco, chegou neste fim de semana ao País.
Ontem, o executivo passou o dia na sede da empresa, no Rio, em reuniões com Agnelli. Segundo outra fonte ouvida pela Agência Estado, o executivo, que passou a integrar a diretoria da mineradora em 2006, a convite de Agnelli, teria ficado em situação desconfortável diante dos intensos rumores sobre uma eventual indicação para o cargo.
O nome de José Carlos Martins, diretor de Marketing, Vendas e Estratégia, há sete anos na diretoria, teria a preferência de alguns acionistas, mas questões pessoais podem afastá-lo da disputa. Simultaneamente ao afastamento de Agnelli, outras mudanças na diretoria devem ocorrer na reformulação promovida pelos acionistas. Uma das mais prováveis, ainda segundo fontes, é a saída de Carla Grasso.
A executiva é a única integrante da diretoria que ingressou junto com Agnelli. Tida como uma ligação da empresa com o PSDB, ela iniciou carreira na Vale em 1997, logo após a privatização./ COLABORARAM: MÔNICA CIARELLI E IRANY TEREZA”




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