Defensor do salário de R$560, senador Paulo Paim já demostra disposição para votar amanhã com o governo
PAULO PAIM: "O meu voto é simbólico. O risco de o governo perder é zero. Mas é preciso mostrar unidade"
BRASÍLIA e BARRA DOS COQUEIROS (SE). O Palácio do Planalto decidiu blindar a votação no Senado do projeto de lei que estabelece o salário mínimo de R$545, para evitar surpresas na votação de amanhã. Um dos principais focos de atuação passou a ser o senador Paulo Paim (PT-RS), que ontem deu sinais de que está disposto a votar com o governo, uma semana após anunciar que lutaria por um mínimo de R$560. Hoje, a presidente Dilma Rousseff faz uma reunião de manhã, no Palácio do Planalto, para analisar a votação no Senado.
A possibilidade do recuo de Paim acontece após forte ação do governo, principalmente depois das ausências petistas e de dois votos contrários de parlamentares do partido na votação da Câmara. O Planalto considera fundamental a unidade dos 15 senadores do PT, como um fator simbólico para a condução da base aliada no Congresso. Tanto que o chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, foi escalado para negociar pessoalmente com Paim.
Para justificar o possível recuo, Paim alegou que é melhor ter uma política permanente de valorização do mínimo. Mas avisou que quer uma sinalização do governo sobre apreciação do projeto de lei que acaba com o fator previdenciário e uma negociação para reajuste dos aposentados que ganham acima do mínimo:
- O meu voto é simbólico. O risco de o governo perder é zero. Mas é preciso mostrar unidade, principalmente porque meu mandato sempre esteve associado à luta do salário mínimo. Acho que o mais importante é uma política salarial que tenha como regra o reajuste da inflação mais o crescimento do PIB. Se tenho essa garantia, é mais importante do que antecipar R$15. Por isso, concordo em aprovar o projeto, mas com a possibilidade de discutir o fim do fator previdenciário e a aposentadoria para aposentados e pensionistas.
O Palácio do Planalto também tenta evitar surpresas na bancada do PMDB. A maior preocupação é com a possibilidade de um destaque do líder do partido, Renan Calheiros (AL), para criar um dispositivo que garanta o ganho real para o mínimo em períodos de crescimento negativo da economia. O vice-presidente Michel Temer e o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), foram escalados para conversar com Renan.
O governo quer evitar a aprovação de destaques, para que o texto não volte à Câmara. Segundo Jucá, os destaques da oposição serão votados. Mas a recomendação do governo é derrubar todos. Ontem, o PMDB tentava mudar três votos resistentes à proposta do governo: de Pedro Simon (RS), Luiz Henrique (SC) e Jarbas Vasconcelos (PE).
Em Sergipe, onde ontem se encontrou com governadores do Nordeste, a presidente Dilma Rousseff frisou a importância do projeto de lei com as regras de reajuste do mínimo:
- É importante para o Nordeste a política de reajuste e valorização do salário mínimo que aprovamos em primeira instância na Câmara e que esperamos aprovar no Senado. Por quê? Porque ela garante um horizonte de crescimento do salário mínimo de forma sistemática.
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