"O coronel reformado do Exército, Erimá Moreira, afirmou nesta terça-feira (18/2), à Comissão Municipal da Verdade, que o então comandante do 2º Exército, general Amaury Kruel, recebeu uma quantia de US$ 1,2 milhão das mãos do presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Raphael Nochese, "para trair o ex-presidente da República, João Goulart, e apoiar o golpe militar".
À época (1964), Moreira trabalhava como major farmacêutico no Hospital Geral Militar, no bairro do Cambuci, em São Paulo. Atendendo a um pedido de Kruel, segundo declarou, cedeu as instalações de um laboratório de análises clínicas, do qual era dono, no bairro da Aclimação, para que o general realizasse uma reunião sigilosa. Até então, Kruel era apoiador de Jango e mostrava-se disposto a resistir a qualquer tentativa de golpe. Ele havia sido chefe do Gabinete Militar da Presidência da República e ministro da Guerra de Goulart.
Segundo Moreira, durante a reunião o presidente da Fiesp apareceu acompanhado de três homens, cada um segurando uma maleta. Temeroso de que ocorresse algum atentado, pediu que abrissem as maletas com o intuito de verificar se havia armas. Nas maletas, afirmou, só havia dinheiro - cédulas de dólares.
Em um determinado momento, Nochese e os três homens subiram para o andar superior e, após algum tempo, Kruel ordenou que as maletas fossem colocadas no porta-malas de seu automóvel. Ele partiu logo em seguida escoltado por batedores com motocicletas. Moreira afirmou ter supervisionado toda a ação. Horas depois, o comandante do 2º Exército anunciava seu apoio ao movimento que derrubou João Goulart.
Na época, Moreira disse que chegou a questionar o Exército se Kruel havia embolsado o dinheiro. Por conta disso, afirmou, foi cassado e passou a ser vigiado por agentes do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) e pelo 2º Exército.
"O depoimento dele é muito bombástico, muito profundo. Agora vamos sentar, analisar e levantar nomes possíveis para depor", disse Natalini. Ainda segundo o vereador, a família do coronel Moreira preferiu que a Comissão da Verdade fosse até ele, pois além de estar com 87 anos, havia receio a respeito do que seria falado.
"O que Moreira me contou vai contribuir muito para a nossa linha de investigação - que é o financiamento civil da ditadura militar", salientou Natalini."
À época (1964), Moreira trabalhava como major farmacêutico no Hospital Geral Militar, no bairro do Cambuci, em São Paulo. Atendendo a um pedido de Kruel, segundo declarou, cedeu as instalações de um laboratório de análises clínicas, do qual era dono, no bairro da Aclimação, para que o general realizasse uma reunião sigilosa. Até então, Kruel era apoiador de Jango e mostrava-se disposto a resistir a qualquer tentativa de golpe. Ele havia sido chefe do Gabinete Militar da Presidência da República e ministro da Guerra de Goulart.
Segundo Moreira, durante a reunião o presidente da Fiesp apareceu acompanhado de três homens, cada um segurando uma maleta. Temeroso de que ocorresse algum atentado, pediu que abrissem as maletas com o intuito de verificar se havia armas. Nas maletas, afirmou, só havia dinheiro - cédulas de dólares.
Em um determinado momento, Nochese e os três homens subiram para o andar superior e, após algum tempo, Kruel ordenou que as maletas fossem colocadas no porta-malas de seu automóvel. Ele partiu logo em seguida escoltado por batedores com motocicletas. Moreira afirmou ter supervisionado toda a ação. Horas depois, o comandante do 2º Exército anunciava seu apoio ao movimento que derrubou João Goulart.
Na época, Moreira disse que chegou a questionar o Exército se Kruel havia embolsado o dinheiro. Por conta disso, afirmou, foi cassado e passou a ser vigiado por agentes do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) e pelo 2º Exército.
"O depoimento dele é muito bombástico, muito profundo. Agora vamos sentar, analisar e levantar nomes possíveis para depor", disse Natalini. Ainda segundo o vereador, a família do coronel Moreira preferiu que a Comissão da Verdade fosse até ele, pois além de estar com 87 anos, havia receio a respeito do que seria falado.
"O que Moreira me contou vai contribuir muito para a nossa linha de investigação - que é o financiamento civil da ditadura militar", salientou Natalini."
Fonte: Bancáriosrio
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