"Os trabalhadores da Cemig decretaram greve por tempo indeterminado nesta segunda-feira (25/11). A paralisação foi decretada na última semana, após 68 assembleias, nas quais as propostas da companhia foram rejeitadas. Além de pleitos de ordem econômica, o movimento também reivindica melhorias nas condições de trabalho, que incidam na redução do número de acidentes e mortes relacionadas à atividade.
De acordo com o Sindieletro-MG, que representa cerca de 85% dos trabalhadores da empresa mineira, as reivindicações de ordem econômica são: aumento real de 10%, reajustes nos valores de tickets alimentação e refeição, garantia de emprego e concurso público, além da instituição de uma Participação nos Lucros e Resultados (PLR) linear para todos os funcionários da companhia, no valor de R$30 mil.
"Não tivemos aumento real no ano passado. Com relação à PLR, o alto escalão da companhia ganha de R$150 mil a R$200 mil enquanto o resto da categoria ganha R$9,6 mil. A Cemig lucrou mais de R$4 bilhões no ano passado, que é tudo revertido pros acionistas e diretores", disse Jairo Nogueira Filho, coordenador geral do Sindieletro-MG.
Mas a queda de braço com a empresa, explicou o sindicalista, vai bem além desses pleitos. "A questão não é dinheiro. Queremos melhores condições de trabalho", disse. Nogueira Filho aponta que a Cemig mantém desde 1999 um histórico de uma morte a cada 45 dias (114 no período). Só em 2013 foram cinco óbitos relacionados à atividade, aponta o Sindieletro-MG. "É o pior índice do setor elétrico. A empresa terceirizou demais, visando apenas o aspecto financeiro e esse é o resultado", disse. Além das mortes, quatro trabalhadores tiveram membros mutilados em acidentes de trabalho.
Outra pauta é a transferência dos trabalhadores da Cemig Serviços para a Cemig Distribuição, com o cancelamento das demissões e piso salarial de R$ 2.685.
Segundo Nogueira Filho, a adesão à greve foi quase total nas unidades operacionais de Belo Horizonte, mas baixa no prédio-sede, que abriga os setores administrativo e financeiro. Até o fechamento desta matéria, o sindicato ainda não tinha quantificado a adesão das bases localizadas no interior.
Em nota, a Cemig informou que "as negociações com os diversos sindicatos que representam os seus empregados seguem em curso normal, sendo que alguns sindicatos já aceitaram a proposta feita pela empresa, e assinarão o acordo ainda hoje, considerando o momento atual do setor elétrico nacional, que foi impactado pela MP 579, de setembro de 2012 e a Sentença Normativa que regula as relações trabalhistas". O Jornal da Energia solicitou o nome dos sindicatos que devem assinar o acordo junto à empresa, mas não obteve a informação até o fechamento desta edição.
Sem quantificar, a empresa rebate a informação do sindicalista e diz que a adesão à greve foi baixa e que a prestação de serviços não será afetada.
"A Cemig ressalta que a proposta feita aos empregados repõe as perdas salariais provocadas pela inflação nos últimos meses, mantendo o poder de compra dos salários dos empregados, além de oferecer uma das melhores propostas de Participação nos Lucros e Resultados do setor elétrico Nacional", diz a nota."
Fonte: Jornal da Energia
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