"No último dia 7, Paulo César da Silva, de 53 anos, da empreiteira Rizal Construções Elétricas, entrou para a triste e escandalosa estatística de trabalhadores mortos a serviço da Cemig.
Com a morte deste eletricitário, a Cemig superou sua média trágica de acidentes. Em um mês a empresa já registrou dois acidentes fatais com eletricitários terceirizados.
Como foi o acidente
Paulo César da Silva faria 54 anos no próixmo dia 26, deixa três filhos e esposa. O eletricista estava fazendo a sustituição de cabos na rede, quando o poste de concreto quebrou. Ele caiu com o poste. A equipe da Rizal realizava o trabalho de substituição da rede de distribuição rural no distrito de Olegário Maciel, município de Piranguinho, Sul de Minas.O eletricitário, foi levado para um hospital em Itajubá, mas não resistiu aos ferimentos.
Familiares de Paulo revelaram que ele tinha muita preocupação com a segurança. Um de seus filhos disse que ele sempre levava o jornal Chave Geral para casa e um dos temas que a familia mais acompanhava era sobre as mazelas da terceirização e os riscos para os trabalhadores. A familia vai acompanhar a apuração do acidente e cobra que medidas sejam tomadas para evitar mais acidentes. Ainda de acordo com os familiares, Paulo era vizinho de um trabalhador terceirizado mutilado por acidente a serviço da Cemig e que sempre lamentou a situação do colega.
No dia 6 de fevereiro, outro acidente, na zona rural de Caratinga, no Vale do Aço, tirou a vida do eletricitário Sérgio Roberto Gomes da Silva, da Construrede Eletricidade. O trabalhador morreu pouco depois de ser atingido por um galho de árvore.
Não é fatalidade
Para o Sindieletro é inaceitável que uma das maiores empresas de energia elétrica do país, que ano a ano bate o recorde de lucros seja, também, uma das companhias com maior número de acidentes graves e fatais.
Os eletricitários não vão ficar calados diante da dor dos familiares dos trabalhadores que perderam a vida para construir “A melhor energia do Brasil”. O lucro da Cemig não pode ser fruto da precariedade das relações e das condições de trabalho.
O Sindieletro não aceita que as mortes sejam tratadas como fatalidades enquanto os dados mostram que a terceirização pontecializa os acidentes graves e fatais."
Fonte: SINDIELETRO MG
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