"Ministério da Justiça aprova processos de indenização para militantes políticas que foram torturadas pela ditadura.
No Dia Internacional da Mulher, comemorado ontem, o Ministério da Justiça anistiou nove militantes políticas perseguidas pela ditadura militar. Duas já morreram, as camponesas Cipriana da Cruz Rodrigues e Maria Aparecida Rodrigues e Miranda. A aprovação dos processos também teve momentos de emoção, com o depoimento de Darcy Andozia, uma das homenageadas. Ela foi presa e teve o filho Carlos Alexandre, na época um bebê de 1 ano e 8 meses, torturado durante o regime militar. Carlos Alexandre se suicidou em 17 de fevereiro último, aos 40. Segundo os pais, ele carregava traumas emocionais e físicos decorrentes do sofrimento ao qual foi submetido quando criança.
Darcy e Alexandre já haviam recebido indenização pela perseguição política há quatro anos, mas, ontem, ela falou em nome das demais anistiadas, sempre citando o filho. “Eu queria lembrar que, como mãe, valeu a pena ter tido meu filho, e eu faria tudo de novo”, disse Darcy, que militava na Pastoral da Juventude durante o regime militar. “Eu cheguei aqui com uma história de luto e morte e saio com uma história de renascimento”, acrescentou emocionada. Além dela, foram homenageadas Yara Falcon, Jesse Jane, Lilia Godim e Maria Auxiliadora Arantes..."
Fonte: Correio Braziliense
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