"Candidatura para Comissão Interamericana de Direitos Humanos ocorre em meio a impasse com bolivarianos.
WASHINGTON O Brasil reapresentou na última quarta-feira à Organização dos Estados Americanos (OEA) a candidatura do ex-secretário de Direitos Humanos da Presidência da Republica Paulo Vannuchi para a Comissão lnteramericana de Direitos Humanos (CIDH). A iniciativa, revelada ontem na coluna Panorama Político, foi bem recebida por entidades da sociedade civil e observadores do processo de reforma do organismo, como um gesto de compromisso do Brasil com a comissão, sob ataque dos países bolivarianos e prestes a passar por uma reforma.
Vannuchi era candidato a uma vaga na CIDH em 2011, quando uma medida cautelar pedindo a suspensão da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, de modo a que comunidades indígenas atingidas fossem ouvidas, provocou forte reação do governo Dilma Rousseff. O Brasil retirou seu embaixador da OEA (até hoje tem um representante provisório), suspendeu pagamentos aos organismos e passou a defender reformas na CIDH.
O episódio deu força política aos bolivarianos, liderados por Equador e Venezuela, para iniciarem um processo de reforma, que resultou num grupo de trabalho que fez 53 recomendações de mudanças, algumas radicais, que debilitariam o trabalho da Comissão - que desagradou governos os últimos anos com seus informes e decisões. Com base nestas recomendações, a CIDH fez uma proposta de autorreforma, que será conhecida semana que vem, antes da assembleia geral extraordinária da OEA, dia 22, que decidirá o escopo das mudanças..."
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