terça-feira, 9 de outubro de 2012

Repórter intimidado por ex-coronel da PM teve que deixar país; Sindicato exigiu providências (Fonte: Jornalistas de São Paulo)


"O Ministério Público Eleitoral de São Paulo (MPE-SP) decidiu pedir a impugnação do registro da candidatura do vereador eleito Adriano Lopes Lucinda Telhada, o Coronel Telhada, ex-comandante Rota, que se elegeu domingo pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), com 89.053 votos. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo foi uma das entidades que solicitou providências das autoridades que determinaram o pedido de impugnação.
Entre os motivos para pedir providências contra o vereador aos órgãos do Judiciário e da Segurança Pública estava o fato de Telhada ter utilizado sua página do facebook, com cerca de 70 mil seguidores, para intimidar o repórter do jornal Folha de S.Paulo, André Camarante, que não somente se transformou em uma onda de ameaças, como também culminou com sua saída do país junto com toda a família. O objetivo é lhe dar proteção.
Durante a Campanha Salarial, em uma das rodadas de negociações de Jornais e Revistas da Capital, a direção do SJSP solicitou diretamente ao representante da Folha que proporcionasse todo apoio ao repórter, o que de fato acabou acontecendo, quando as ameaças chegaram a níveis insuportáveis.
Tudo começou por causa de uma reportagem de Caramante intitulada “Ex-chefe da Rota vira político e prega a violência no Facebook”. No texto, o jornalista denunciava que  Telhada usava a internet para “veicular relatos de supostos confrontos com civis”, e que chamava de “vagabundos” os supostos praticantes de crimes. Telhada não gostou da matéria. A partir daquele momento, as ameaças se sucederam através das redes sociais, blogs e o site da Folha, desde chamá-lo de “péssimo repórter” até defender a sua execução, com frases como “bala nele”. No início de setembro, diante das ameaças, ele teve que deixar o país.
Em entrevista à repórter Eliane Brum, da revista Época, Caramante relata a nova condição de jornalista que não está mais fisicamente presente na redação, apesar de continuar no exercício da profissão..."


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