segunda-feira, 4 de abril de 2011

Energia nuclear: “ONGs querem fim de apoio alemão a usina” (Fonte: O Globo)


“Ambientalistas questionam os padrões brasileiros de segurança nuclear

Movimentos ambientalistas pediram a autoridades da Alemanha que desistam do acordo com o Brasil que  prevê um subsídio de 1,3 bilhão de euros (cerca de R$ 3 bilhões) para a construção da usina nuclear de  Angra 3, no município de Angra dos Reis (RJ). A iniciativa partiu da ONG Urgewald e de outras dez instituições, que assinaram carta enviada à chanceler Angela Merkel e aos ministros da Economia, das Finanças e das Relações Exteriores, segundo a BBC Brasil.
No documento, as ONGs alegam que o Brasil é um país com baixos padrões de segurança e não conta com uma fiscalização nuclear independente. Como argumento, citam o caso de Angra 2 - também resultado de uma pareceria com a Alemanha -, que funciona há dez anos sem uma licença permanente. Os ambientalistas alegam ainda que o projeto de Angra 3, feito nos anos 80, está ultrapassado. E que, por isso, apresenta sérios problemas relativos à segurança das pessoas e do ecossistema.
Desde a década de 70, a Alemanha colabora com o programa nuclear brasileiro. No caso de Angra 3, o país se comprometeu em subsidiar a empresa alemã Siemens, que forneceria equipamentos e insumos para construir a usina. Este tipo de subsídio estatal tem o objetivo de proteger empresas alemãs em caso de fracasso de empreendimentos no exterior. Ano passado, a Alemanha reafirmou seu compromisso com Angra 3, mas nenhum contrato chegou a ser assinado entre os dois países.
- A região prevista para Angra 3 sofre fortes chuvas e está sujeita a deslizamentos. Em casos como estes, a rota principal de fuga, a Rio-Santos, geralmente é interditada. Se houver acidentes, será preciso retirar cerca de 170 mil pessoas dali. Sem a rodovia, fica difícil - disse Barbara Happe, consultora da ONG Urgewald, que já morou no Brasil.

Saiba mais sobre as áreas

A riquíssima biodiversidade do Parque Nacional da Serra da Bocaina e da Estação Ecológica Tamoios, num conjunto de ilhas da Baía da Ilha Grande, se destaca na paisagem da região. O parque, na parte continental, tem mais de cem mil hectares e começa na Ponta da Trindade, em Paraty, na divisa entre Rio e São Paulo.
Os militares criaram o parque, nos anos 70, com o objetivo de proteger a população das principais cidades da região caso houvesse algum acidente nas usinas de Angra dos Reis. A ideia era que as escarpas da Serra do Mar, forradas por vegetação nativa, funcionassem como um escudo protetor.
O local tem uma das mais ricas amostras de Mata Atlântica nativa, que representa mais da metade de sua área. Sem investimentos, ainda sofre com ações predatórias, como a extração irregular de palmito. No passado, durante o período de colonização do Brasil, explorou-se na região a caça, depois, ouro e diamantes. As trilhas utilizadas na época ainda são o grande atrativo do parque.
A Estação Ecológica de Tamoios, na Baía da Ilha Grande, é constituída por 29 pontos geográficos, entre ilhas, ilhotas, lajes e rochedos, apresentando 96,64% de área marinha e 3,36% de área terrestre. A Estação Ecológica de Tamoios conta com uma sede administrativa continental, com 317 metros quadrados de área construída, em Paraty, às margens da Rodovia BR 101 (KM 531,5). Além das estruturas destinadas à administração, a sede tem um auditório, dois terminais para consulta pública ao Centro de Informações Ambientais da unidade e uma trilha (Tamoios) dentro da Mata Atlântica.”


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