"Cidade do Vaticano — O papa Francisco aproveitou as comemorações de 1º de maio para, diante de milhares de fiéis na praça de São Pedro, repudiar o sistema de trabalho que levou à morte mais de 400 pessoas em um desabamento de um prédio em Bangladesh. No entender do pontífice, as condições em que estavam as vítimas podem ser equiparadas a trabalho escravo. "A manchete que me chocou de verdade no dia da tragédia de Bangladesh foi "Viver com 38 euros ao mês", era o que recebiam todas as pessoas que morreram. É o que se chama de trabalho escravo", declarou.
Na semana passada, o edifício Rana Plaza, que abrigava cinco fábricas de roupas nos arredores da capital de Bangladesh, Daca, desabou. O desastre foi o mais grave da história do país, que se tornou referência, depois da China, na produção de vestuário barato para grandes marcas mundiais, como a inglesa Primark. Durante o pronunciamento, o papa também lamentou que as condições desumanas de trabalho continuem a atingir milhares de pessoas em vários países. "Hoje, no mundo, esta escravidão ataca algo belo que Deus nos deu: a capacidade de criar, de trabalhar, de ter dignidade. Quantos irmãos e irmãs estão nessa situação?", questionou.
Francisco também alertou os fiéis de que a busca incansável pelo lucro, em detrimento ao trabalho digno das pessoas, é uma afronta à religião. "Não pagar honradamente, não dar um trabalho porque apenas se levam em consideração os resultados financeiros, porque apenas se busca a ganância, é contra Deus", declarou..."
Íntegra: Correio Braziliense
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