"Após 37 anos de espera, a família do jornalista Vladimir Herzog recebeu ontem uma nova certidão de óbito com a causa correta da morte dele, ocorrida em 1975, após sessões de tortura nas dependências do 2º Exército, em São Paulo. O novo documento substitui a definição anterior, "asfixia mecânica por enforcamento", por "lesões e maus tratos".
A família comemorou o reconhecimento do Estado, perante toda a sociedade, do assassinato do jornalista. Mas, na avaliação da viúva, Clarice Herzog, o documento não significa um ponto final em sua luta. "Ainda queremos saber quem o matou", disse ela, logo após a cerimônia em que recebeu o atestado. "Todos aqueles que estavam envolvidos com a ditadura têm que ser desmascarados."
Para Clarice, violações de direitos humanos não foram abrangidas pela Lei da Anistia de 1979. "Nunca aceitei a Lei da Anistia para os torturadores. Não anistio assassinos, não anistio torturadores", afirmou. "O crime é imprescritível. Estamos falando de assassinos que eram pagos para torturar e matar..."
Íntegra disponível em O Estado de S.Paulo
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