quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Após "proposta indecorosa", #Copel pede tempo para fazer nova oferta (Fonte: @ColetivoCopel)

Após oferecer um reajuste de 5,58%, correspondente à inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), considerado inaceitável pelos 17 sindicatos que representam os trabalhadores da Copel, o superintendente de Recursos Humanos da empresa, Luiz Carlos Cavanha disse que irá se reunir com a direção ainda nesta quarta-feira (10) para buscar uma nova proposta.

“Não queremos que vocês levem uma proposta indecorosa [às assembleias]. Para ter mais, preciso levar os argumentos que ouvi aqui e montar um cenário à diretoria”, disse ele, em nome dos cinco representantes da empresa, ao fim do segundo dia de negociações do Acordo Coletivo de Trabalho 2012/13.

Após apresentada, a proposta inicial da Copel foi veementemente refutada pelos representantes dos trabalhadores.

“Mais uma vez, temos uma proposta pífia. Todo ano, rigorosamente, joga-se um bode sobre a mesa. Este ano, sabíamos, seria a renovação das concessões. Trabalhadores esperavam que, no mínimo, partíssemos do que tivemos no ano passado. Mas andamos para trás”, lamentou Claudeir Fernandes, presidente do Steem.

“Quando é que Copel irá priorizar os empregados? A empresa sempre foi sensível às pressões dos acionistas. Pois este é o momento em que nós estamos pressionando e exigiremos sair da negociação com um aumento real”, disse Ulisses Kaniak, presidente do Senge-PR.

“Ao mesmo tempo em que fala de futuro incerto e contenção de gastos, a direção da Copel se premiou com um aumento salarial de 26,7%, fora o aumento de quadro, o que significa um salto de 42% nos gastos com diretores e conselheiros. Enquanto isso, nossa pauta econômica, de 18 itens, recebeu 100% de respostas negativas. A direção não mostra nenhuma flexibilidade”, atalhou Lenadro Grassmann, diretor do Senge-PR.

“Aumento real não é bondade, é merecimento. Também fazemos parte da maior empresa do Paraná”, falou Paulo Sérgio Rodrigues, presidente do Sindel.

“Por que, mais uma vez, a Copel quer apresentar uma conta para que o trabalhador pague? Em dez anos, nunca vi aparecer a prometida solução para a situação dos trabalhadores. Está ficando difícil para os copelianos acreditarem nisso”, lembrou Roberto Bispo dos Santos, diretor do Sinefi.

“Reajuste pelo INPC apenas recompõe salário. Para haver ganho, de fato, seria preciso primeiro zerar todas as perdas que temos dentro da empresa. O que empresa oferecer além da reposição irá apenas reduzir perdas que tivemos no passado. Basta olhar a carteira de empréstimos da Fundação Copel e ver o endividamento do copeliano. Se, no passado, muita gente da Eletrosul gostaria de trabalhar na Copel, hoje isso não é mais verdade”, explicou Jonas Braz, diretor do Steem.

“A Copel procura demonstrar que nunca há bom momento para os trabalhadores. Saio daqui motivado para mudar a postura do copeliano, para mostrar que ele tem que se indignar. A única forma de convencer os gestores e obtermos avanços será uma demonstração firme dos trabalhadores”, alertou Alexandre Martins, presidente do Sindenel.”

 

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