"Decidida a criar as condições políticas para alterar as regras que regem a rentabilidade da caderneta de poupança, a presidente Dilma Rousseff convocou para hoje três reuniões estratégicas. Primeiro, Dilma tratará do assunto com o conselho político, colegiado formado pelos líderes e presidentes dos partidos políticos que integram a coalizão governista. Em seguida, abordará o assunto com dirigentes das centrais sindicais e 32 grandes empresários dos mais diversos setores da economia.
O tema vem sendo discutido em suas minúcias pela presidente, por Ministério da Fazenda, Banco Central e pela área jurídica da Casa Civil, de modo a criar regras perenes. "A presidente quer fazer algo que funcione, que ela não precise mudar no futuro", explicou uma fonte do Palácio do Planalto. No Congresso, a mudança nas regras da poupança é vista por alguns setores como uma medida necessária. No entanto, alguns líderes governistas temem que a medida seja impopular e prejudique o desempenho de seus partidos nas urnas.
Aos seus interlocutores, a presidente reforçará hoje o discurso que fez no Dia do Trabalhador e em outras solenidades oficiais: seu governo está decidido a induzir a redução das taxas de juros cobradas no país. Para executar tais mudanças, no entanto, será necessária a alteração das regras da poupança. Na avaliação de Dilma, a economia brasileira só será "plenamente competitiva" quando as taxas de juros cobradas no país - do setor produtivo ou do consumidor - se igualarem às taxas praticadas no mercado internacional. A presidente também acredita que o Brasil, que tem um dos sistemas financeiros mais sólidos e lucrativos do mundo, não deve continuar com um dos juros mais altos do mercado internacional, enquanto a Selic cai, a economia se mantém estável e não há risco considerável de maior inadimplência.
Dilma também discutirá o tema com os dirigentes das centrais sindicais. A principal intenção da presidente é avaliar a conjuntura macroeconômica e expor a estratégia do governo para combater os efeitos da crise financeira global e reduzir as taxas de juros. As demandas dos sindicalistas tendem a ficar num segundo plano. As centrais querem o apoio para o projeto que prevê a isenção do Imposto de Renda sobre a Participação nos Lucros e Resultados (PLR), além da redução da jornada de trabalho e do fim do fator previdenciário, cuja urgência foi aprovada na Câmara na semana passada.
"Ela [Dilma] vai querer tratar da poupança, mas nós queremos é discutir o fim do IR sobre a participação dos lucros, o câmbio e os juros", afirmou o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical.
Na sequência, a presidente se reunirá com os maiores empresários do país. O primeiro encontro desse tipo ocorreu em março. Na ocasião, Dilma pediu a retomada dos investimentos e assegurou que o governo adotaria todas as medidas necessárias para impulsionar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). A presidente também sinalizou que repetiria tais reuniões com o setor produtivo periodicamente."
Extraído de http://www2.valoronline.com.br/politica/2642240/dilma-reune-se-com-aliados-sindicalistas-e-empresarios
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