"Com o rali do Índice Bovespa no primeiro trimestre soterrado pelo retorno dos temores na Europa, voltam ao centro do palco as ditas ações "defensivas", como papéis de companhias de telefonia e energia elétrica, cujos resultados são menos afetados pelos acontecimentos no cenário externo.
Os analistas do Itaú BBA afirmam, por exemplo, que, em meio a "um cenário de realização [de lucros] no mercado", continuam a "priorizar um posicionamento maior em empresas e setores que apresentem um perfil mais defensivo visando se proteger de uma realização maior". No relatório "TOP 5", que reúne as cinco principais recomendações do banco, um dos destaques é o papel preferencial (PN, sem voto) da empresa de energia Cemig, que divulgou na segunda-feira (dia 14) os resultados do primeiro trimestre. Eles têm recomendação de compra para as ações da companhia com preço-alvo de R$ 48, potencial de alta de 37,73% em relação ao fechamento de segunda-feira (R$ 34,85).
Este ano, o papel da Cemig já subiu 36,28% (até o dia 14), o quinto melhor desempenho entre todas as ações que integram o Ibovespa, que sobe apenas 1,38% no período. A valorização da ação da empresa mineira também supera em muito a alta do Índice de Energia Elétrica (IEE), de 8,30% este ano.
Entre os bancos e casas de análise que acompanharam as ações da Cemig nos últimos três meses, seis recomendavam compra, oito indicavam manutenção e uma sugeria a venda dos papéis, segundo a "Bloomberg". O maior preço-alvo, de 48,14, é estimado pelo Bradesco, o que significava potencial de alta de 38,13%. Depois da divulgação dos resultados do primeiro trimestre, os analistas do Bradesco reiteraram a recomendação de "outperform" (acima da média do mercado) para os papéis da companhia mineira.
Os analistas do Deutsche Bank também estão entre otimistas com a ação da Cemig. Após a divulgação dos resultado no primeiro trimestre, o banco reiterou, em relatório assinado pela analista Sandra L. Boente, a recomendação de compra dos papéis, com preço-alvo de R$ 40, potencial de alta de 14,77%.
Para Deutsche Bank, a Cemig apresentou sólidos resultados, com "controle de custos e volumes elevados". O banco ressalta que a receita líquida consolidada atingiu R$ 4,148 bilhões - crescimento de 15,1% ante igual período de 2011 -, como esperado. Embora o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), de R$ 1,441 bilhão, tenha vindo 5% abaixo das estimativas do banco, eles destacam que isso ocorreu devido a aumento de custos operacionais que não são "gerenciáveis" pela companhia. "Os custos gerenciáveis vieram 2% menores que nossa projeção, como um sinal de bom controle de custos", afirma.
A Ativa Corretora avaliou o resultado da Cemig no primeiro trimestre como "positivo", com o lucro líquido acima das expectativas, graças à "boa performance das vendas de energia" e ao controle da empresa sobre os gastos. "Acreditamos que os papéis da companhia devem continuar "outperformando" o mercado [superando o desempenho da média do mercado] no curto prazo", afirmaram os analistas da corretora.
Nem todas as casas de análise, contudo, aplaudiram os resultados da Cemig no primeiro trimestre. Para os analistas da Fator Corretora, os números vieram abaixo das estimativas. Ele recomenda ao investidor que já tem o papel que o mantenha em carteira e estima preço-alvo para dezembro deste ano de R$ 37, alta de apenas 6,16% em relação ao fechamento de segunda-feira (R$ 34,85). "Acreditamos que a Cemig possui uma característica cada vez mais defensiva depois de várias aquisições no segmento de transmissão", afirmam."
Extraído de http://www.valor.com.br/financas/2660580/cemig-e-opcao-defensiva-em-tempos-turbulentos
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