"O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) prevê a aprovação e contratação de R$ 2,5 bilhões em projetos de energia eólica até o fim deste ano. Se a perspectiva for confirmada, será registrado um aumento de 85% em relação aos valores aprovados em 2010 para os projetos nesse segmento. Em 2012, a expectativa é de que os negócios superem os R$ 3 bilhões apenas para esse tipo de energia renovável.
Até a metade de outubro, as aprovações do banco relacionadas à geração eólica somavam R$ 1,5 bilhão, quase o triplo dos recursos destinados para as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), que eram de R$ 570,6 milhões. "O número de projetos de energia eólica tem crescido em função dos últimos leilões realizados. Além disso, os projetos eólicos estão mais competitivos do que os das PCHs. Nossa carteira de negócios em análise reflete os resultados dos projetos habilitados nos leilões", explica o chefe do departamento de fontes alternativas de energia do BNDES, Antônio Carlos de Andrada Tovar.
Segundo o executivo, há uma concentração de projetos de geração de energia eólica. Eles deram entrada no BNDES após o último leilão do setor e, agora, estão em fase de análise e aprovação. Isso explica a perspectiva de R$ 2,5 bilhões em contratação até o final deste ano.
A maioria dos projetos recebidos pelo BNDES referem-se a parques eólicos instalados na região Nordeste. Mas a região Sul também deverá ser contemplada com alguns parques.
Os empréstimos do banco destinados a esse segmento de energia renovável preveem prazo de amortização de até 18 anos, com até 80% dos itens financiáveis. O custo da operação envolve a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que está na casa dos 6%, acrescida de 2,5%, em média, ao ano.
No início outubro, a diretoria do BNDES aprovou financiamento de R$ 297,4 milhões para instalação de cinco parques eólicos no interior da Bahia. Considerando esses, o banco aprovou projetos para 70 parques eólicos desde janeiro de 2005, no valor total de R$ 4,8 bilhões e com uma capacidade instalada de 1,5 mil MW.
No total, a carteira ativa do BNDES envolvia 27 projetos para a implantação de 124 parques no ano passado, o que significaria uma capacidade instalada total de 3,2 GW. Os investimentos estavam estimados em aproximadamente R$ 12 bilhões, com R$ 8 bilhões em financiamento.
O Brasil ocupa apenas o 21º lugar no ranking dos países produtores de energia eólica. Esse ranking é liderado pela China, seguida por Estados Unidos, Alemanha e Espanha.
Em função da demanda por energia eólica no país, a tecnologia e a capacidade unitária dos geradores aumentaram e provocaram uma redução nos custos dos empreendimentos. Atualmente, há 12 empresas com plantas industriais fabricando aerogeradores no Brasil.
O conjunto - torre e aerogerador - representa cerca de 70% do investimento total em energia eólica. Com a redução dos custos dos equipamentos, a participação do BNDES aumentou, pois o banco consegue financiar uma parte maior do projeto.
O BNDES também tem mantido parcerias com diferentes instituições internacionais para o financiamento de projetos de energia renovável. Por meio de uma delas, o Banco Europeu de Investimentos (BEI) concedeu um empréstimo de € 500 milhões ao BNDES no início de outubro. O valor faz parte de um total de € 4,5 bilhões disponíveis na linha Sustentabilidade Energética e Segurança de Abastecimento (ESF, na sigla em inglês). Foi a primeira operação dessa linha feita no Brasil, e a primeira operação do BEI com o BNDES, que repassará os recursos da instituição europeia aos tomadores finais.
Em 2012, o BNDES começará a receber projetos voltados a energia solar. Apesar de essa energia ainda ser mais cara, o custo vem caindo nos últimos anos. O preço de varejo de painéis fotovoltaicos passou de cerca de US$ 30 por watt, em 1980, para US$ 2 por watt. "Estamos discutindo o financiamento de alguns projetos, em fase de elaboração", afirma o executivo do banco. Em 2010, as instalações fotovoltaicas no mundo somaram mais de 35 GW, com participação de destaque na Alemanha, Espanha, Japão e Estados Unidos."
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