"No mês, saldo negativo foi de R$ 2,085 bilhões; um quarto abaixo do valor verificado em julho[br]do ano passado
O resultado da Previdência Social no mês passado foi o melhor para meses de julho dos últimos 12 anos, apesar de seguir deficitário. O saldo negativo de R$ 2,085 bilhões ficou um quarto abaixo do visto em igual mês de 2010 e surpreendeu o ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho. "Em linguagem pop, julho bombou", comemorou. Em julho de 1999, a conta ficou no vermelho em R$ 1,5 bilhão, valor já atualizado pela inflação do período.
As explicações para um dado mais confortável recaem sobre os indicadores econômicos, que seguem positivos no Brasil apesar das incertezas externas. Ainda que tenha desacelerado pelo terceiro mês consecutivo, a geração de mais de 140 mil postos de trabalho com carteira assinada em julho é um dos principais responsáveis pelo resultado da Previdência. Com mais gente trabalhando, aumenta-se o leque de contribuintes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
"O resultado me surpreendeu em face ao momento econômico que o Brasil está vivendo, de dúvidas sobre crescimento e no âmbito de crise internacional", avaliou Garibaldi. Esta semana, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, reduziu sua estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2011 de 4,5% para 4%.
O rombo da Previdência sobe para R$ 21,86 bilhões quando é analisado o acumulado do ano até o mês passado, conta esta paga pelo Tesouro Nacional. Mesmo assim, houve comemoração. Afinal, além de ser 19% menor do que o período de janeiro a julho de 2010, foi o valor mais baixo visto nos primeiros sete meses de um ano desde 2004, quando o saldo ficou negativo em R$ 21,87 bilhões.
A perspectiva do Ministério é que a conta previdenciária feche 2011 no vermelho dentro de um intervalo entre R$ 38 bilhões e R$ 39 bilhões. Em 2010, o déficit atingiu R$ 44 bilhões - valor já corrigido pela inflação.
A arrecadação também tem ajudado a Previdência. Enquanto as despesas com pagamento de benefícios subiram 4,1% de janeiro a julho deste ano, para R$ 153 bilhões, as receitas saltaram 9,4%, para R$ 131,2 bilhões no mesmo período. "Não acredito em redução da arrecadação previdenciária nos próximos meses", afirmou Garibaldi.
Papai Noel. Nem tão confiante, porém, está o ministro em relação a uma equação que substitua o fator previdenciário, que é aplicado para cálculo de aposentadorias por tempo de contribuição e por idade. Ele, que apostava numa solução para a polêmica até setembro, postergou sua estimativa para o fim do ano porque o governo não chegou a um consenso sobre o tema.
"Sem proposta, não vai prosperar nada, mas isso tem que ser resolvido este ano", disse. "Setembro foi uma impressão otimista minha, mas já voltei atrás. Prefiro acreditar em Papai Noel e que tudo será resolvido até dezembro."
O governo não conseguiu preparar uma sugestão que possa ser negociada com as centrais sindicais e o sindicato dos aposentados. "Por ora, (o debate) está interrompido", afirmou. "Fui traído pelos acontecimentos (dificuldade de não ter uma proposta firme do governo)", acrescentou."
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