"Sindicalistas pretendem reunir 80 mil. Greve paralisa mais de 40 mil em Suape
SÃO PAULO. No momento em que as categorias mais organizadas, como metalúrgicos e bancários, se preparam para as negociações salariais deste ano, cinco centrais sindicais prometem levar até 80 mil trabalhadores às ruas de São Paulo hoje, para reivindicar aumento real e criticar o discurso do governo de que os reajustes poderiam realimentar a inflação. Além da Força, a manifestação será conduzida pela União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB). A CUT não aderiu ao protesto.
- Esse discurso do governo já não cabe mais - afirmou o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.
A pressão é embalada pelos acordos fechados no primeiro semestre. Os trabalhadores da construção civil do Rio, por exemplo, com data-base em março, conseguiram reajuste real (acima da inflação nos últimos 12 meses) de 1,07%. Em São Paulo, o ganho real chegou a 3,25%.
- Temos neste segundo semestre uma concentração de categorias mais importantes e organizadas. Tradicionalmente, eles fecham bons acordos. Apesar do cenário mais difícil, esses setores vão negociar ganhos reais maiores - disse José Silvestre, coordenador de Relações Sindicais do Dieese.
Entre as categorias com data-base no segundo semestre, estão bancários, petroleiros, químicos, metalúrgicos e comerciários. Os bancários, que encaminham oficialmente na próxima semana a pauta de reivindicações à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), já fecharam questão em torno de um aumento real de 5% este ano - contra 3,08% obtido em 2010. Magnus Apostólico, que negocia em nome dos banqueiros, disse que será difícil um acordo nessas bases.
Paulinho da Força disse que vai pedir às empresas de sua base reposição da inflação pelo INPC, além de aumento real de 5%. Os sindicalistas também pedirão redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução do salário, uma política de valorização das aposentadorias e a regulamentação da terceirização dos serviços.
- Vamos ter uma negociação dura neste semestre. Os trabalhadores do polo petroquímico de Suape, por exemplo, já entraram em greve hoje (ontem) - disse Paulinho, da Força.
A paralisação atinge mais de 40 mil trabalhadores da Refinaria Abreu e Lima e do polo petroquímico de Suape. Os operários recusaram as propostas dos patrões de aumento nominal de 10%, além de reajuste da cesta básica de R$160 para R$180 e folga de campo de cinco dias úteis para cada 90 dias trabalhados. O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Pesada de Pernambuco (Sintepav-PE) reivindica 15% de aumento, cesta básica de R$300, além de abono dos dias parados em greve ocorrida em março."
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