sexta-feira, 3 de junho de 2011

"Superlotação e insegurança em plataformas da Petrobras em Sergipe" (Fonte: O Globo)

"Numa inspeção feita nas 25 plataformas marítimas da Petrobras em Sergipe, procuradores do Trabalho e auditores fiscais do Trabalho encontraram trabalhadores em situação degradante. Alojamentos superlotados e higiene precária são algumas das irregularidades flagradas. No estado, ficam as unidades mais antigas da estatal, algumas que datam da década de 1970. Segundo o procurador Maurício Coentro, algumas plataformas começam a ser desocupadas, por não terem mais condições de manter trabalhadores alojados: - O embarque ainda é feito por içamento com guindaste, o que é perigoso. Demos um prazo de dez dias (a partir de 27 de maio) para que a Petrobras apresente uma proposta.
Na inspeção, os procuradores encontraram 12 petroleiros "entulhados" num alojamento improvisado para quatro pessoas. Como não há cozinha nas plataformas, a comida chega muitas vezes fria e até estragada, conta a assessora jurídica do Sindicato dos Petroleiros de Alagoas e Sergipe, ligado à Conlutas, Raquel Oliveira Souza:
- Ainda há discriminação dos terceirizados. Enquanto os funcionários da Petrobras ficam embarcados sete dias, os terceirizados ficam 14 dias. Não há área de lazer, obrigatórias, e muitos ficam deprimidos, adoecem.
Trabalham 190 petroleiros nas plataformas e dois terços deles são terceirizados, segundo Raquel. Em 17 unidades, o embarque é por guindaste:
- O primeiro a embarcar é obrigado a pular com uma corda, como um cipó, para acionar o embarque nas cestas.
A Petrobras informou que, depois da inspeção, "iniciou o desembarque parcial de trabalhadores terceirizados das plataformas instaladas em águas rasas no litoral sergipano". O relatório dos fiscais aponta que "algumas das instalações são inadequadas para alojamento dos trabalhadores nas plataformas. Também foi considerado impróprio o acesso dos trabalhadores às plataformas". Segundo a Petrobras, já foram desembarcados cerca de 80 trabalhadores, o que provocou perda de produção de 160 barris de petróleo por dia. Somente uma plataforma permanecerá habitada."

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