quinta-feira, 2 de junho de 2011

“CPqD discute redes elétricas inteligentes” (Fonte: DCI)


“Autor: Milton Paes

O Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) promove hoje e amanhã em sua sede no Pólis de Tecnologia, na Rodovia SP-340 km 118, 5, em Campinas, o III Seminário Internacional de Smart Grid, que vai abordar como tema principal a integração de tecnologias e setores para o melhor desempenho dos negócios e o benefício dos consumidores. A solenidade de abertura, marcada para as 9h30 contará com a presença do presidente do CPqD, Helio Graciosa, e do presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Fonseca Leite, além de executivos das empresas AES, Eletrobras, Celg-D e CEEE e deve reunir durante os dois dias do evento em torno de 250 pessoas em painéis e palestras sobre assuntos ligados a tecnologias, infraestrutura, políticas públicas e principalmente experiências e projetos em andamentos nessa área. O evento é promovido pelo CPqD em conjunto com a Associação de Empresas Proprietárias de Infraestrutura e de Sistemas Privados de Telecomunicações (Aptel), Associação Brasileira das Grandes Empresas de Transmissão de Energia Elétrica (Abrate) e da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).

Smart Grid ou redes inteligentes é um conceito bastante amplo, mas passa pela automação em larga escala da rede elétrica, pela implantação de uma infraestrutura inteligente de medição ou telemedição e pela instalação de sensores na rede. Tudo isso, suportado por uma infraestrutura de telecomunicações para todas essas aplicações envolvendo novos sistemas de informação, de forma que o conhecimento sobre o estado da rede e sobre as diversas medições permita uma atuação muito mais eficiente e produtiva em funções como prevenção a ocorrências na rede, quando, de ocorrências, há autorecuperação, permite o conhecimento em tempo real do comportamento da carga e a produção de ganhos de produtividade nos diversos processos. 

O coordenador do Grupo de Smart Grid do CPqD, Luiz Hernandes, disse que o CPqD está na fase de projetos de pesquisa e desenvolvimento, ou seja, projetos piloto envolvendo grupos de clientes onde se aplica ainda experimentalmente a infraestrutura de redes inteligentes com o objetivo de mensurar os ganhos que essas tecnologias podem produzir. No estado, a Eletropaulo já tem dois projetos em andamento. Um deles envolve dois mil clientes em fase de testes. 

Impactos

Através das redes inteligentes seria possível minimizar os impactos sofridos pelo País com o apagão em 2001. Na avaliação de Luiz Hernandes, este é um dos desafios dos diversos projetos de pesquisa e desenvolvimento no Brasil. Segundo ele, o setor elétrico brasileiro tem um sistema interligado e com um nível de inteligência já diferenciado em relação ao mundo, mas as redes brasileiras tem especificidades. "Nós temos redes de distribuição extremamente longas, a maioria dessa infraestrutura de distribuição é aérea, portanto sujeitas a intempéries ou tempestades trazendo risco para o desempenho e para a qualidade do serviço. Os nossos clientes tem um conjunto de equipamentos diferente dos clientes europeus e americanos e a participação do clientes no conceito Smart Grid é muito importante porque a partir da mudança de comportamento do cliente uma grande parte do valor Smart Grid é gerado, por exemplo, através da modificação de curvas de demanda, reduzindo picos de demanda e produzindo uma eficiência sistêmica na rede de distribuição, de transmissão e mesmo na geração. No Brasil nós estamos numa fase justamente de avaliar os benefícios potenciais que o Smart Grid pode trazer para a nossa realidade", explica.

Maior escala 

Luiz Hernandes disse ainda que vários países da Europa, Estados Unidos, Canadá e Austrália têm desenvolvido seus projetos em maior escala e já implantaram as redes elétricas inteligentes em algumas cidades. De acordo com especialistas setoriais, a modernização planejada para a rede nacional de energia dos Estados Unidos pode custar até US$ 476 bilhões em 20 anos, mas oferecerá em contrapartida US$ 2 trilhões em benefícios aos consumidores ao longo do período. 

A rede elétrica dita "inteligente" economizará energia, reduzirá custos e propiciará maior confiabilidade ao distribuir eletricidade dos fornecedores aos consumidores com ajuda de comunicação de dados bidirecional que permitirá o controle de eletrodomésticos, o carregamento de veículos elétricos e o uso de fluxos de energia de fontes renováveis nos lares dos usuários. Luiz Hernandes destaca que no Brasil os primeiros projetos de maior porte também estão sendo estruturados e o CPqD tem uma participação bastante ativa nesses grandes projetos brasileiros. 

O organizador desta edição do seminário, Cláudio Tadeu disse que a expectativa com relação ao evento é muito grande. "Nós estamos focando aspectos relevantes do contexto e o evento chama a atenção justamente na perspectiva da integração de tecnologias e também de setores. Nós vamos ver que as coisas não acontecem isoladamente e tudo isso focando o melhor desempenho dos negócios e o benefício dos consumidores", diz.”



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