segunda-feira, 2 de maio de 2011

Estatais, autarquias e bancos públicos da Região Norte: “Dilma mantém diretores para evitar disputas” (Fonte: Valor Econômico)

“Autor(es): Paulo de Tarso Lyra | De Brasília

A presidente Dilma Rousseff decidiu não alterar as diretorias de estatais, autarquias e bancos públicos da Região Norte. Dilma acha que eles estão funcionando bem e não há razões para abrir mais uma disputa entre PT e PMDB por cargos no segundo escalão federal. Com isso, ficam mantidos os atuais presidentes da Eletronorte, Josias Matias de Araújo; do Banco da Amazônia (Basa), Abdias Júnior; e da Sudam, Djalma Bezerra. O vice-presidente Michel Temer e o chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, também acertaram a composição dos cargos da Funasa: a presidência será entregue a Gilson de Carvalho Queiroz Filho, indicado pelo PT de Minas. E nas superintendências estaduais ocupadas pelo PMDB as indicações caberão ao partido.
A decisão da presidente deixou os petistas da Região Norte desanimados. Eles esperavam mudanças nos cargos federais para abrigar candidatos derrotados nas eleições do ano passado - principalmente a ex-governadora do Pará, Ana Júlia - e para diminuir a influência do PMDB, especialmente na Eletronorte.
Já o PMDB ligado ao presidente do Senado, José Sarney (AP), não conseguiu encontrar uma saída para trazer de volta o ex-presidente da Eletrobras, José Antônio Muniz Lopes Filho. A esperança de Sarney era de que ele fosse reconduzido ao cargo de presidente da Eletronorte, função que exerceu antes de assumir a presidência da principal holding do setor elétrico.
Com a decisão da presidente de não promover mudanças na estatal, pelo menos por enquanto, José Antônio permanece como diretor de transmissão da Eletrobras.
O Planalto avaliou também que, após as mudanças radicais promovidas no setor elétrico no início do ano, com a nomeação de Flávio Decat para a presidência de Furnas - ele substitui Carlos Nadalutti, afilhado político do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) - e de José da Costa Carvalho Neto para o lugar de José Antônio Muniz Lopes na Eletrobras, não havia razões para criar novos atritos com o PMDB.
Nadalutti foi afastado após denúncias de irregularidades em Furnas. Dilma planejava levar Decat para a presidência da Eletrobras, mas mudou de ideia diante da gravidade da situação na estatal sediada no Rio. Já José da Costa Carvalho Neto foi indicado para tirar do comando da Eletrobrás um nome ligado a Sarney.
O PT da Amazônia também queria mudanças profundas nos cargos da região. No início do ano, um argumento forte para alterações seria a não eleição de Jader Barbalho (PMDB-PA) para o Senado, com base na Lei da Ficha Limpa. Mas o Supremo Tribunal Federal decidiu que a Ficha Limpa só valerá a partir de 2012, Jader voltou a ter direito à vaga e o PMDB não abriu mão da influência que tinha sobre a Eletronorte.
Segundo apurou o Valor, o PMDB não vai reclamar da decisão da presidente Dilma. Um petista experiente disse que as maiores lideranças pemedebistas na região - José Sarney, Romero Jucá (RR), Eduardo Braga (AM), Valdir Raupp (RO) - terão seus cargos mantidos na Eletronorte, Basa e Sudam.
A saída encontrada pelo Planalto para a Funasa também contempla os dois partidos, que disputaram com afinco a autarquia no início do governo Dilma. Gilson de Carvalho Queiroz Filho é indicado pelo ex-ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias. Mas o PMDB recebeu a garantia de que seus representantes nas superintendências estaduais não serão substituídos.”

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