quinta-feira, 31 de março de 2011

Indústria petroquímica: “Consolidação do setor no país criou gigante mundial” (Fonte: Valor Econômico)


“De um emaranhado de siglas e participações cruzadas na origem, a petroquímica brasileira está reduzida hoje a praticamente uma grande empresa, a Braskem, ao menos no segmento de resinas termoplásticas. A incorporação da Quattor, criada em junho de 2008, pela Braskem, em janeiro do ano passado, coroou um dos mais radicais e bem-sucedidos processos de consolidação setorial da indústria brasileira.
A incipiente indústria petroquímica brasileira ganhou impulso nas décadas de 70 e 80, sob os ventos industrializantes do regime militar (1964-1985). A Petroquímica União (PQU), em São Paulo, começou a operar em 1972. Em 1978 foi inaugurada a Companhia Petroquímica do Nordeste (Copene), central de matérias-primas do Polo Petroquímico de Camaçari (BA) e, em 1982, surge a Companhia Petroquímica do Sul (Copesul), central do Polo de Triunfo (RS).
Na origem, foi adotado o chamado modelo tripartite, tendo cada empresa participação do Estado, por intermédio da Petroquisa (subsidiária da Petrobras), do setor privado nacional e de um grupo estrangeiro do setor. O grupo Odebrecht, nascido e criado na construção civil, ingressou na petroquímica em 1979 com a compra de uma participação na Companhia Petroquímica de Camaçari (CPC). Hoje é o controlador da Braskem.
O primeiro enxugamento no confuso organograma ocorreu na década de 90, durante o programa de privatizações do governo federal que vendeu a quase totalidade das participações da Petroquisa. No programa, a Odebrecht assume o controle da CPC (1995). Já os estrangeiros encolheram as participações. As privatizações criam o desenho dos grupos que iriam protagonizar a história do setor, vertente termoplástica, na primeira década do século 21: Odebrecht, Ipiranga, Unipar e Suzano. A novidade foi o retorno da Petrobras.
Em 2001 a Odebrecht, em parceria com o também baiano grupo Mariani, assume o controle da Copene e, no ano seguinte, é criada a Braskem. Em março de 2007, Braskem, Petrobras e grupo Ultra compram a Ipiranga, ficando a parte petroquímica para as duas primeiras. Disposta a reconstruir sua presença no setor, a Petrobras compra a Suzano Petroquímica em agosto do mesmo ano.
Em junho do ano seguinte a estatal junta os ativos da ex-Suzano com a Unipar, formando a Quattor, controlada pelo grupo privado (60%), mas com forte influência do poderoso sócio minoritário estatal.
Em janeiro de 2010 é anunciada a incorporação da Quattor pela Braskem. A Petrobras, que já detinha 31% do capital da empresa baiana, passa a deter 40% e voto qualificado no seu conselho da administração. No mês passado, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou com restrições a compra da Quattor pela Braskem.”


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