“Depois da grande movimentação para retirar a estatal Furnas da área de influência do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e a Eletrobras da alçada do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-MA), as coisas estão mudando lentamente em Furnas. A presença de Cunha ainda é sentida apesar da iniciativa da presidente Dilma Rousseff de indicar o engenheiro Flavio Decat para presidir a empresa no lugar de Carlos Nadalutti Filho, apadrinhado do deputado. Ao Valor Cunha diz que nunca teve interferência no setor de energia - "minha única participação no setor de energia foi uma indicação, junto com a bancada, que acabou em nomeação do ex-prefeito Luiz Paulo Conde" - mas o ex-prefeito do Rio por quem ele bloqueou a votação da CPMF no Congresso, é hoje membro do conselho de administração da estatal apesar de enfrentar sérios problemas de saúde. Decat, que inicialmente a presidente queria nomear para a Eletrobras, assumiu a direção de Furnas com um discurso para elevar o moral dos funcionários. Tem dito que quer tirar a companhia das páginas policiais e colocá-la nas econômicas. Mas a missão pode não ser fácil, já que a diretoria da estatal, que tem indicações do PT-MG, PRB e PR ainda não mudou desde sua nomeação. Uma das primeiras medidas de Decat em Furnas foi o afastamento de Aluízio Meyer de Gouvêa Costa de três sociedades de propósito específico (SPEs), Transenergia Renovável, Transenergia São Paulo e Transenergia Goiás, criadas para construir linhas de transmissão e subestações. Apadrinhado de Cunha, foi denunciado pelo Ministério Público por desvio de dinheiro dos cofres públicos e que teve passagens pela Cedae. Furnas tem participação minoritária de 49% nas três. As SPEs têm agora como diretor técnico Celio Calixto, homem de confiança de Decat. Outro afastado foi Boris Gorenstin, que ocupava o cargo de assessor da presidência na gestão de Conde e de Nadalutti, e era responsável pela análise de novos investimentos. Gorenstin é funcionário de carreira do Cepel e no momento está de licença. Contudo, outras pessoas em postos-chave indicados durante a gestão Conde e Nadalutti, foram mantidas: entre elas a chefe do jurídico, Denise Paiva, e a superintendente de cultura, patrocínio e responsabilidade social, Ana Claudia Gesteira. O próprio Nadalutti, que também é funcionário de carreira, virou assessor da presidência e seu chefe de gabinete, Luis Roberto Bezerra, também permanece no mesmo cargo sob a gestão de Decat. A insatisfação com a permanência dos ocupantes de alguns desses cargos - alguns, segundo dizem, despachavam no escritório de Cunha - vem sendo expressa em folhetos e panfletos distribuídos na sede de Furnas, que fica em Botafogo, na Rua Real Grandeza. O endereço dá nome ao fundo de pensão dos funcionários de Furnas e Eletronuclear que Cunha tentou controlar. Depois de conseguir derrubar o presidente anterior da Fundação, Sérgio Wilson Fontes, por asfixia (a patrocinadora só aceitava cumprir obrigações com os funcionários se o presidente saísse), Cunha não conseguiu nomear quem ele queria. Emplacou Eduardo Henrique Garcia na diretoria de investimentos e não na presidência. O deputado também teve outro revés na Eletrobras, onde tentou indicar nomes para uma diretoria internacional que acabou não sendo criada. Chesf e Eletronorte também não tiveram mudança no comando mesmo depois do apagão do Nordeste que tanto preocupou Dilma.” Cadastre-se para receber a newsletter da Advocacia Garcez em nosso site: http://www.advocaciagarcez.adv.br |
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sexta-feira, 18 de março de 2011
“Depois de intervenção federal, Furnas começa a mudar” (Fonte: Valor Econômico)
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