"Belo Horizonte—O trabalho escravo está profundamente ligado à pobreza extrema e ao isolamento geográfico. Essa é a principal conclusão de um amplo estudo que produziu uma radiografia da exploração de trabalhadores no país, realizado por geógrafos daUniversidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade de São Paulo (USP).
O trabalho caracteriza pela primeira vez a distribuição, os fluxos e as modalidades do trabalho escravo no país.
"Mapeamos e localizamos as regiões onde estão os escravos e de que locais eles saem", diz o professor de geografia da Unesp Eduardo Paulon Girardi, um dos pesquisadores envolvidos, ao lado deHervé Théry, Neli Aparecida deMello e JulioHato, da USP.
A publicação, intitulada Atlas do Trabalho Escravo noBrasil, foi idealizada e lançada pela organização Amigas daTerra – Amazônia Brasileira e disponibilizada na internet, com 81 páginas.
Segundo o professorGirardi, o levantamento permite traçar o perfil típico das pessoas que trabalham em condições análogas à escravidão no país: migrante— principalmente do Maranhão, do norte do Tocantins e do oeste do Piauí—do sexo masculino e analfabeto funcional.Odestino maiscomum desses indivíduos são oMato Grosso e o leste do Pará.
..."
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