04/06/2012 | 17:00 | William Kayser e Erick Gimenes
Pelo menos 500 operários da construção pesada iniciaram uma greve nesta segunda-feira (4) que pode ganhar força nos próximos dias, caso as empresas do setor não apresentem propostas que atendam às reivindicações dos trabalhadores.
Contorno Norte ameaçado
Diante da possibilidade de paralisação em outras obras, a retomada dos trabalhos no Contorno Norte volta a ficar ameaçada. A ordem de serviço para o reinício da construção foi emitida no dia 21 de maio pelo Ministério dos Transportes. No entanto, a empreiteira responsável pela obra, Sanches Tripoloni, disse estar em fase de contratação de funcionários e a previsão de retomada das atividades, antes datada para a última sexta-feira (1º), ficou para o dia 15 de junho.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada no Estado do Paraná (Sintrapav-PR), três obras estão paradas no estado: a Linha Verde, em Curitiba, o rebaixamento da linha férrea em Maringá e a construção da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) de Cavernoso II, entre Virmond e Candói, no centro-sul do estado.
Entre as reivindicações, o Sintrapave cobra reajuste salarial de 10% na folha salarial e 12% no piso. "Se não houver acordo, vamos parar obra por obra em todo o estado", afirmou Luís Alves de Oliveira, diretor do sindicato.
Outras grandes obras realizadas na região Noroeste também correm o risco de paralisação, como o Contorno Norte de Maringá e o Contorno de Mandaguari. A greve dos funcionários é por tempo indeterminado. "Enquanto não tiver acerto, não voltamos", confirmou Oliveira. O diretor da Sintrapave confirmou que, caso necessário, os operários vão se reunir com todas as empresas que prestam serviço para buscar acordos individualizados.
Os recursos para linha-férrea são do governo federal. A reportagem entrou contato com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), mas até o fechamento desta matéria, o órgão não havia se manifestado sobre a paralisação. A empresa responsável pela obra, a CR Almeida, também foi procurada, mas não se pronunciou.
Rebaixamento ficou embargado por mais de um mês
Este é apenas mais um episódio de discussões envolvendo o rebaixamento da linha-férrea de Maringá. Este ano, a obra ficou embargada pela Justiça por mais de um mês. Entre 8 de março e 12 de abril, a CR Almeida ficou impedida de continuar a obra porque moradores e comerciantes próximos a construção na Avenida 19 de Dezembro declararam que rachaduras nos imóveis teriam sido causadas por detonações na obra.
Na decisão que autorizou o reinício das obras, o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) informou que a empreiteira declarou ter mais de 80% da obra já concluída e que no local não haveria mais detonações que fossem capazes de refletir sobre os imóveis em questão. Para conseguir a revogação do embargo a CR Almeida ainda apresentou caução no valor de R$ 140 mil para eventual cobertura de prejuízos alegados."
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