terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Eletricitários de Niterói denunciam práticas antissindicais na Ampla (Fonte: STIEEN)

''O Sindicato dos Eletricitários de Niterói (STIEEN) notificou o Ministério Público do Trabalho e a Justiça do Trabalho sobre práticas antissindicais na Ampla, distribuidora de energia elétrica sediada em Niterói e que atua em 66 municípios do estado do Rio. O sindicato também vai encaminhar denúncia-crime à Organização Internacional do Trabalho (OIT) e às entidades representativas dos trabalhadores.

De acordo com a direção do STIEEN, durante todo o período de negociação do último acordo coletivo de trabalho os representantes da Ampla tentaram intimidar os trabalhadores e colocá-los contra a entidade sindical, inclusive permitindo que uma advogada usasse a estrutura da empresa para incentivar os trabalhadores a se manifestarem contra a o desconto da contribuição assistencial.

Assim como todas as demais entidades representativas dos trabalhadores, a CUT-RJ repudia toda e qualquer prática antisssindical e lutará junto com o STIEEN para que a empresa seja punida e estes lamentáveis episódios não se repitam.

Leia abaixo a íntegra da denúncia feita pela direção do STIEEN.

SINDICATO DOS TRABALHADORES NA INDÚSTRIA DE ENERGIA ELÉTRICA DE NITERÓI – STIEEN

O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Energia Elétrica de Niterói - STIEEN vai encaminhar à OIT - Organização Internacional do Trabalho, à REDE INTERSINDICAL que compõe as Empresas do grupo Endesa na América Latina, Espanha e Itália, à Federação Nacional dos Urbanitários, à CUT e a outras Entidades representativas dos trabalhadores denúncia-crime contra a Ampla por práticas antissindicais. O Ministério Público do Trabalho e a Justiça do Trabalho já foram notificados.

A campanha salarial dos trabalhadores eletricitários neste ano foi marcada pela posição da Ampla de se manter indiferente e distante dos anseios e necessidades dos trabalhadores. A primeira rodada de negociação só ocorreu vinte e três dias após o Sindicato ter protocolado na empresa a proposta dos trabalhadores.

A estratégia da Ampla ao longo de toda a condução do ACT foi a da dissensão, da provocação e da confusão pelo cansaço. Desde o início, com a demora em marcar as negociações, na falta de dados claros e de argumentos por parte da empresa ao negar a maior parte das reivindicações dos empregados e na intimidação dos trabalhadores, por meio de terrorismo verbal e via e-mail, com a comissão de negociação da Ampla, composta de Diretores, Gerentes, Líderes e advogados, se prestando ao papel de denegrir a entidade legítima de representação dos trabalhadores.

Para tumultuar e confundir os trabalhadores, a comissão de negociação da Ampla, através do Diretor de Recursos humanos, encaminhou vários informativos, via e-mail, durante o período de negociações com informações controversas, fazendo acusações cujo único intuito era de jogar os trabalhadores contra a Entidade Sindical.

Porém o mais grave estava por vir, quando se permitiu que advogados da empresa, sendo uma lotada no RH, utilizassem durante o horário de expediente o auditório da empresa e o equipamento de VÍDEO CONFERÊNCIA, para que numa atitude

antissindical incentivassem as centenas de trabalhadores lotados nos diversos Municípios de sua área de concessão, para que se manifestassem contra o desconto da contribuição assistencial.

Inclusive esta advogada que é lotada no RH, enviou para centenas de trabalhadores, via e-mail, utilizando a “REDE INTRANET DA EMPRESA”, o modelo a ser utilizado para que os trabalhadores se opusessem ao desconto da contribuição assistencial. Através deste ato, onde vários artigos do código de conduta da Empresa foram violados, demonstra claramente que não existe limites por parte da direção da Ampla, quando o objetivo é atacar a entidade sindical.

O STIEEN entende que no atual nível das relações entre sindicatos e empresas não cabe mais manifestações patronais coercitivas e intimidatórias aos trabalhadores que visem impedir a manifestação espontânea e democrática dos trabalhadores nas decisões que afetam sua vida profissional.

Classificamos a atitude da empresa de anacrônica e inaceitável. Atitudes como estas têm a clara intenção de tumultuar a organização sindical dos trabalhadores. Além de uma extrapolação de autoridade e abuso de poder, permitir a utilização por parte de funcionários da Ampla lotados no RH, de equipamento de vídeo conferência e de e-mails para ataques direcionados a entidade sindical, é uma atitude de desprezo em relação aos trabalhadores.

Consideramos inadmissível para nós sindicalistas que primamos por relações de trabalho modernas, vermos atitudes antissindicais sendo colocadas em prática por parte da Ampla. A forma retrógrada de negociação dessa Empresa mostra que nós trabalhadores avançamos, e muito, nas questões negociais, enquanto que os representantes da Ampla se mantém no obscurantismo e agindo de forma antidemocrática e reacionária, desconhecendo e desrespeitando os avanços democráticos e sindicais trabalhistas.

Lamentamos que também o Presidente da Ampla compactue com esta grave atitude do RH da empresa, porque foi notificado pelo STIEEN via ofício destas arbitrariedades no dia 20 de dezembro de 2011 e até a presente data não se manifestou ou tomou qualquer medida no sentido de demonstrar seu posicionamento. O silêncio por si só demonstra conivência e omissão.''

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