''Em um ano, entre 2009 e 2010, ela aumentou em 3 meses e 22 dias; dado é usado na fórmula do fator previdenciário.
A esperança de vida ao nascer aumentou em 3 meses e 22 dias no Brasil, na passagem de 2009 para 2010, segundo as Tábuas Completas de Mortalidade, divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expectativa de vida ficou em 73,4 anos. O aumento foi de 3 anos e 10 dias em relação a uma década atrás. Já a taxa de mortalidade infantil no Brasil foi estimada em 21,64 por mil nascidos vivos em 2010, o equivalente a uma redução de 28,03% em relação ao patamar de 2000.
Embora o índice de mortalidade venha caindo, a violência ainda impede que a expectativa de vida dos homens se aproxime da registrada pelas mulheres. Em 2010, a esperança de vida feminina foi de 77,3 anos, contra 69,7 anos dos homens.
"Os homens são 90% dos óbitos violentos, que afetam principalmente os adultos de 20 a 35 anos de idade. Isso faz com que a expectativa de vida deles não cresça tanto quanto poderia, já que são mortes evitáveis", diz Fernando Albuquerque, pesquisador do IBGE. A idade com probabilidade de morte maior é aos 22 anos. A possibilidade de um homem morrer nessa idade foi 4,5 vezes maior do que a de uma mulher. Com o avanço da idade, diminui a diferença para os riscos de morte entre homens e mulheres.
Mesmo que ligeiro, o aumento da esperança de vida em 2010 já afeta o bolso dos brasileiros. O dado é usado na fórmula do fator previdenciário, para cálculo das aposentadorias pelo INSS. Quando a expectativa de vida aumenta, maior é o desconto do fator previdenciário nas aposentadorias (e menor é o valor do benefício).
Aposentadoria. Segundo as contas da Comissão de Seguridade Social da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), um homem com 55 anos de idade e 35 anos de contribuição para o INSS, com salário de contribuição pelo teto (de R$ 3.691,74), terá de trabalhar 79 dias a mais para manter o benefício que teria direito se tivesse requerido a aposentadoria até o dia 30 de novembro, antes da divulgação do IBGE. Se ele não quiser trabalhar mais, o benefício cai de R$ 2.657,31 para R$ 2.636,18, uma queda de 0,79%.
"Financeiramente não muda tanto, muda mais no tempo de contribuição", disse o advogado Sérgio Pimenta, um dos responsáveis pelo cálculo. "Quem poderia já se aposentar hoje, agora teria de trabalhar até fevereiro para manter o mesmo valor do benefício."
No ano que vem, o impacto sobre o cálculo do fator previdenciário será ainda maior. A esperança de vida do brasileiro deve dar um salto, porque as Tábuas de Mortalidade vão incorporar os dados do Censo Demográfico de 2010.''
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