"Abalado pelas turbulências financeiras nos Estados Unidos e na Europa, o banco britânico HSBC anunciou ontem um corte de 30 mil funcionários até 2013 nos países onde enfrenta dificuldades para competir. O Brasil será, porém, uma das poucas praças que ficarão livres da tesourada. Ao contrário, a instituição está contratando 1 mil novos gerentes de relacionamento neste ano para ampliar a sua presença no mercado brasileiro. "O país foi destaque no anúncio dos resultados ao ser, entre os 87 países nos quais o banco atua, o terceiro que mais contribuiu com o lucro do grupo", destacou a empresa.
Após o HSBC apresentar ganho de US$ 11,5 bilhões entre janeiro e junho, 3,6% a mais do que o mesmo valor apurado no mesmo período do ano passado, o presidente executivo da instituição, Stuart Gulliver, afirmou que, durante a reestruturação em andamento na América Latina, nos Estados Unidos, na Grã-Bretanha, na França e no Oriente Médio, já foram demitidos 5 mil trabalhadores. "Haverá mais cortes. Serão eliminadas mais 25 mil", avisou.
Na avaliação de Robert Dannenberg, administrador e diretor do evento de educação financeira Expo Money, não faria sentido o HSBC Brasil desligar trabalhadores agora. "Temos uma carência de mão de obra muito grande. No mundo, é diferente, pois as atividades do sistema financeiro estão em queda", explicou. As demissões correspondem a 10% do quadro de funcionários do HSBC e fazem parte do programa de redução de custos da instituição, que planeja focar suas operações na Ásia. No domingo, o banco anunciou que venderá 195 agências nos EUA ao First Niagara Financial por cerca de US$ 1 bilhão, além de fechar outras 13 das 470 filiais que possui naquele país."
Desemprego assusta
As dificuldades enfrentadas pela Europa para sair da crise estão custando caro aos trabalhadores. A taxa de desemprego na Zona do Euro fechou junho em 9,9%, estável em relação a maio. São 15,6 milhões de pessoas sem qualquer ocupação ou renda. O que assusta os governos é o fato de a falta de oportunidades no mercado de trabalho ser maior entre os jovens com menos de 25 anos. Nesse grupo, o desemprego chegou a 20,3%. Na Espanha e na Irlanda, dois dos países que mais vêm sofrendo com o terremoto econômico que varre a região, os índices de desocupação entre os jovens atingiram 45,7% e 26,9%, respectivamente. As taxas gerais ficaram em 21% e 14,2%. Em Portugal, pela primeira vez no ano, o desemprego recuou ligeiramente, de 12,4% para 12,2%. Mas não há nada a comemorar, pois o país deverá cravar o segundo ano de recessão.
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