“Autor(es): » Cristiane Bonfanti e Josie Jeronimo |
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O governo emite sinais contraditórios sobre a criação de empregos. A ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior, disse ontem que o Brasil abrirá vagas em ritmo menor que o da gestão Luiz Inácio Lula da Silva. “O país vai continuar gerando empregos, não no mesmo patamar dos anos anteriores. Em muitos setores da economia, podemos considerar que haverá pleno emprego”, afirmou. No entanto, desde o fim do ano passado, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, insiste que o país atingirá a marca de 3 milhões de empregos em 2011, quase 500 mil a mais que o recorde registrado em 2010. Na semana que antecede o Dia do Trabalhador, a única certeza é que as negociações salariais entre patrões e empregados serão difíceis neste ano. Em 2010, 88,7% dos acordos resultaram em reajustes iguais ou acima da inflação. Mas, em 2011, os sindicatos terão de intensificar as conversas se quiserem assegurar ganhos semelhantes para as suas bases. A briga por melhorias coloca a presidente Dilma Rousseff em situação complicada. Ao lutar por aumentos, os trabalhadores pressionam ainda mais os preços de produtos e serviços. A preocupação, explica o professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) Management Ricardo Teixeira, diz respeito à inflação futura. O brasileiro está acostumado com a indexação, a ver seu salário corrigido com base nos índices passados. Eles passam a ganhar mais, o que permite às empresas elevar preços. Em consequência, os empregados buscam mais reajustes para manter o padrão de consumo. “Isso é um combustível para os aumentos de preços”, disse Teixeira. O economista-chefe da Máxima Asset Management, Elson Teles, observa que os aumentos salariais podem se voltar contra os próprios trabalhadores. “A tendência, neste ano, é de reajustes menores. Mas claro que os empregados vão lutar por mais. O problema é que, ao pressionar a inflação, o poder de consumo deles cai. Além disso, a taxa de desemprego pode aumentar”, afirmou. Dificuldades O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Arthur Henrique, reconhece as dificuldades. “A expectativa é que cerca de 90% das negociações continuem acima da inflação. No entanto, pode haver mudança no aumento real. No ano passado, os reajustes chegaram a 5% a mais que a inflação, mas agora podem ser menores. Nos acordos do primeiro trimestre deste ano, variaram entre 1% e 2%”, ressaltou. A barganha será difícil não apenas no setor privado, mas também no público. Nas firmas particulares, os empresários argumentam que não podem oferecer aumentos reais por conta da desaceleração da atividade econômica. Os empregados alegam que a disparada da inflação corrói o poder de compra, sobretudo dos que ganham até dois salários mínimos. Nos últimos 12 meses, o índice acumulado chegou a 6,44%, bem acima do centro da meta de 4,5% fixado pelo governo. Dureza De acordo com especialistas, no setor público, o aumento do salário mínimo para R$ 545 neste ano — a menor elevação real (acima da inflação) desde 2003 — foi o primeiro indício de que as relações entre governo e servidores serão complicadas. Apesar das brigas dos sindicatos pelo valor de R$ 580, a presidente Dilma Rousseff não cedeu e desagradou as categorias trabalhistas. O governo promete dureza nas negociações. Ganho real Desde 2004, os trabalhadores têm conquistado bons acordos salariais. Ano Abaixo Igual Acima do INPC ao INPC do INPC 1996 44,2 3,9 51,9 1997 45,3 15,5 39,1 1998 36,7 19,8 43,5 1999 50,3 14,6 35,1 2000 33,3 15,2 51,5 2001 37,2 19,6 43,2 2002 46,5 27,7 25,8 2003 58,2 23,0 18,8 2004 19,0 26,1 54,9 2005 12,0 16,3 71,7 2006 3,1 10,7 86,3 2007 4,1 8,3 87,7 2008 11,9 12,0 76,1 2009 8,8 12,3 78,9 2010 4,3 7,0 88,7 Fonte: Dieese” Siga-nos no Twitter: www.twitter.com/AdvocaciaGarcez Cadastre-se para receber a newsletter da Advocacia Garcez em nosso site: http://www.advocaciagarcez.adv.br |
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quarta-feira, 27 de abril de 2011
Criação de empregos: “Sinais trocados no emprego” (Fonte: Correio Braziliense)
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