terça-feira, 4 de janeiro de 2011

"PMDB pode perder peso no setor elétrico" (Fonte: Valor Econômico) #Eletrobras #Furnas #Eletrosul #Chesf

"PT e PMDB disputam setor elétrico
Autor(es): Paulo de Tarso Lyra | De Brasília
Valor Econômico - 04/01/2011
 
 
A presidente Dilma Rousseff vai propor que Flávio Decat comande a Eletrobras, desbancando o poder do PMDB no holding, hoje presidida por José Antonio Muniz Lopes Filho, afilhado do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). A Eletrobras é o exemplo mais claro de uma disputa entre PT e PMDB pelo segundo escalão do setor elétrico. A área sempre foi considerada um feudo pemedebista, especialmente do clã Sarney.
O caso mais complicado é o de Furnas, no Rio. O PT está ansioso para tirar a estatal do comando do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).


A presidente Dilma Rousseff vai propor que Flávio Decat seja o futuro presidente da Eletrobrás, desbancando o poder do PMDB na holding, atualmente presidida por José Antonio Muniz Lopes Filho, afilhado do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Será uma reedição de 2008, quando Sarney venceu a disputa com a então chefe da Casa Civil e conseguiu indicar seu apadrinhado para o posto.
A Eletrobrás é o exemplo mais patente de uma disputa tensa entre PT e PMDB pelos segundo escalão do setor elétrico. A área sempre foi considerada um feudo pemedebista, especialmente do clã Sarney. O presidente do Senado conseguiu, ainda durante a campanha presidencial, a garantia de que o senador Edison Lobão (PMDB-MA) retornaria ao Ministério de Minas e Energia caso Dilma fosse eleita.
Lobão chegou a cogitar, caso José Antônio Muniz Lopes Filho seja realmente substituído, indicar Márcio Zimmermann para o posto, mas não teve força política suficiente e Zimmermann retornou para a secretaria-executiva do Ministério de Minas e Energia.
O chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, avisou a lideranças do PT e do PMDB que as negociações de cargos no setor elétrico só vão começar na segunda quinzena de janeiro. O aviso serviu para acalmar um pouco os ânimos na base dos dois partidos. Vencida esta etapa, vai começar outra fase complexa: a escolha dos nomes que vão comandar as subsidiárias.
O caso mais complicado é o de Furnas, no Rio de Janeiro. O PT está ansioso para tirar a estatal do comando do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Os petistas argumentam que Cunha é um aliado perigoso, que já prejudicou o governo durante a votação da CPMF em 2007 - atrasando a entrega do relatório na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara para pressionar pela indicação de Luiz Paulo Conde para a presidência da empresa fluminense.
O pemedebista ironizou o apetite do PT para diminuir espaços do PMDB no governo. "Ninguém vem a público defender cargos para o PMDB. Só querem tirar. Quero ver como ficarão as votações no Congresso depois", disse. Segundo Cunha, a exemplo do PT, seu partido também pretende manter os postos que ocupa atualmente e, se possível, avançar em algumas áreas.
Na Eletronorte, é grande a possibilidade de permanência do atual presidente, Josias Araújo. No fim do ano passado, circulou a informação que Dilma gostaria de indicar uma mulher para a presidência, notícia que acabou não se confirmando. Mas são consideradas certas mudanças em outras diretorias para acomodar o senador Luiz Otávio (PMDB-PA), que não se elegeu para deputado, e o deputado Jader Barbalho (PMDB-PA), cuja eleição foi impugnada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base na Lei da Ficha Limpa.
Na Eletrosul, o PT catarinense deve propor a troca do atual presidente, Luiz Mescolotto, ex-marido da ministra da pesca, Ideli Salvatti. E na Chesf, o PSB de Eduardo Campos vai indicar um nome para o lugar do atual presidente, Dilton da Conti. "Mas o cargo não sairá da órbita de Campos. A Chesf é fundamental para Pernambuco", confidenciou um petista que milita no setor elétrico."

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