"São Paulo – "O impeachment aprofunda a crise", afirmou o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, último a falar antes do discurso de Dilma Rousseff. "Os golpistas estão vendendo a ideia de que o país sai da crise (com o impedimento)", acrescentou, anunciando um dia nacional de paralisação, no próximo dia 10, na véspera da votação no Senado.
O dirigente criticou diretamente o vice-presidente, Michel Temer. "Na nossa opinião, Temer é um golpista. golpista de terceiro nível", afirmou. "Ele só tem aceitação de 1% da população", disse Freitas, para quem há um "sentimento" de que o impeachment representa um golpe sendo imposto à sociedade. "Hoje, a opinião pública é contra o golpe", afirmou, citando pesquisa do instituto Vox Populi, encomendado pela central, que mostra, conforme ressaltou, "que o impeachment não resolve os problemas do país".
Para o presidente da CUT, Dilma está sendo julgada "pelos ganhos que os trabalhadores tiveram" em seu governo e no do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, "São esses ganhos que os golpistas querem tirar."
O secretário-geral da Intersindical, Edson Carneiro, o Índio, disse a presidenta que a entidade não apoia o governo, mas que o objetivo dos movimentos é "enterrar" o golpe, que segundo ele é "sobretudo contra a democracia, a classe trabalhadora, as mulheres, os negros". Ele defendeu a taxação de grandes fortunas e criticou a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e o banco Itaú, por apoiarem o golpe.
"Vamos chacoalhar este país. Eles querem a paz dos cemitérios. Não vai passar a terceirização, não vai passar a flexibilização de direitos", afirmou Índio. "Presidenta Dilma, saiba que este povo vai lutar, vai resistir, e nós vamos construir a vitória da democracia, da classe trabalhadora e dos direitos sociais."
O presidente da CTB, Adilson Araújo, também falou em resistência. "A mesma esperança que derrotou o medo pode também derrotar o terrorismo. Criaram um Estado de terror após as eleições", afirmou, criticando a ofensiva conservadora contra direitos e a democracia. Além da pressão no Senado, para tentar barrar o impeachment ("A presidenta não cometeu crime de responsabilidade"), ele também admitiu a realização de um plebiscito sobre eleições diretas como alternativa contra a crise política..."
Fonte: Rede Brasil Atual
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