segunda-feira, 2 de maio de 2016

Mulheres se reúnem contra o golpe em São Paulo (Fonte: Brasil de Fato)


"Dezenas de mulheres se reuniram nesta sexta-feira (29), na Praça do Ciclista, no Centro de São Paulo (SP), no ato intitulado #FicaQuerida, contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

A ideia de realizar o protesto surgiu, como conta Nathalia Keron, militante da União da Juventude Socialista (UJS) e uma das organizadoras do evento, da necessidade de alimentar o protagonismo de mulheres à frente de atos. Depois da votação do impeachment na Câmara dos Deputados, diz ela, foi escancarado um Congresso "machista e misógino".

"Essa votação foi um tapa na cara das mulheres que querem participar do espaço político", disse, relembrando de quando os deputados diziam em tom jocoso "tchau, querida" ao votar pelo "sim" na sessão.

Além da pauta contra o impeachment, as manifestantes pedem a saída do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "Ele é o grande articulador de muitos retrocessos contra as mulheres, como o PL5069 [de autoria do deputado e que, dentre outras coisas, dificulta o acesso ao aborto legal] e representa tudo o que há de podre na política", argumentou Nathália. Para ela, o impeachment da primeira mulher a ocupar a presidência do País seria "um entrave para os avanços de direitos".

A manifestação desta sexta-feira foi a primeira da estudante de Relações Internacionais, Ingrid*, 18, recém chegada à cidade para cursar a faculdade. Ela, que morava em Boituva, veio com a estudante do 3° ano do colegial Amanda, de 17 anos. Ambas acreditam que o processo de impeachment tem caráter machista.

"Ela passa por muitas situações que não passaria se não fosse mulher. Os homens ainda não estão acostumados com mulheres empoderadas", afirma Amanda. "O próprio 'tchau, querida' mostra o quanto aqueles que deveriam ser nossos representantes são, na verdade, machistas", completou Ingrid..."

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