"Jornal GGN – Em delação premiada à Procuradoria-Geral da República, na Operação Lava Jato, o empresário Ricardo Pernambuco Júnior, da Carioca Engenharia, entregou aos investigadores uma tabela que aponta 22 depósitos somando US$ 4.680.297,05 em propinas que ele afirma terem sido pagas ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), comandante do processo de impeachment contra a presidenta Dilma. Os pagamentos teriam sido feitos entre agosto de 2011 e setembro de 2014. Segundo Pernambuco, o esquema envolveu empresas relacionadas às obras do Porto Maravilha, no Rio, que deveriam pagar R$ 52 milhões, equivalentes a 1,5% do valor total da aquisição dos Certificados de Potencial de Área Construtiva (Cepac), pelo Fundo de Investimento do FGTS, a Eduardo Cunha. A parte que caberia à Carioca era de R$ 13 milhões em propinas.
Todas as empresas do consórcio tinham um "compromisso" de pagar a Cunha o valor superfaturado. Raul Pernambuco levou aos investigadores da Operação Lava Jato no Supremo o seu depoimento com detalhes dos encontros de negociatas e tabelas com dados de depósitos ao parlamentar.
Em meados de junho e julho de 2011, o pai do empresário Raul Pernambuco Júnior, da Carioca Engenharia, e um executivo da empresa reuniram-se com Léo Pinheiro, da OAS, e Benedicto Junior, da Odebrecht, no Hotel Sofitel, em Copacabana. Naquele dia, definiram detalhes de como iriam repassar os R$ 52 milhões a Cunha.
Decidiram fazer em 36 parcelas mensais, cada uma das empresas – OAS, Odebrecht e Carioca Engenharia – devendo transferir a sua parte diretamente ao hoje presidente da Câmara. O esquema está exposto com detalhes na delação, um documento de 14 páginas.
Em uma das tabelas, são descritos 22 depósitos somando 4.680.297,05 dólares em propinas transferidas entre 10 de agosto de 2011 e 19 de setembro de 2014. Em sua delação premiada, Pernambuco afirma ter "certeza de que foram destinadas a contas apontadas pelo deputado Eduardo Cunha; que em relação à segunda tabela, no valor total de US$ 696 mil, é altíssima a probabilidade de que também eram valores destinados a contas indicadas por Eduardo Cunha, por todo o trabalho investigativo que fizeram, e em especial porque não fizeram pagamentos deste tipo a outras pessoas e, também, pelo valor das transferências..."
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