"Parte das receitas das tarifas das distribuidoras será usada como garantia dos empréstimos que elas terão que fazer nos bancos para ajudar a cobrir seus gastos extras, provocados pelo aumento no custo da energia que compram e pela impossibilidade de repassar a alta às tarifas.
Essa garantia foi uma das informações dadas ontem pelo secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, a economistas de 13 instituições financeiras, em reunião para tratar do setor elétrico, segundo José Márcio Camargo, da Opus Investimentos.
Na reunião de ontem, não foram negociados os termos do empréstimo, mas as instituições ouvidas pelo governo mostraram interesse.
Segundo economistas presentes, a área técnica informou que os juros devem ficar "próximos da taxa Selic".
O empréstimo que o governo planeja será feito por meio da CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), sociedade privada do setor, que vai captar mensalmente recursos e repassar para 46 contas a ser abertas em nome das distribuidoras.
A abertura dessas contas será autorizada em um decreto previsto para os próximos dias e que detalhará o pagamento a partir de 2016.
A Aneel (Agência Nacio- nal de Energia Elétrica) de- ve editar na próxima semana resoluções para regular a questão.
DÚVIDAS
Camargo, que participou do encontro, afirmou, no entanto, que o governo ainda tem muito o que esclarecer sobre o setor.
"Eu não tinha expectativa de não sair com dúvidas, só acho que não só saí com dúvidas como essas dúvidas existem, provavelmente, dentro do próprio governo."
Segundo o economista, ainda não está claro se as dificuldades do setor são um problema estrutural ou se são relativos ao regime de chuvas inesperadamente fraco.
LEILÃO
Um dos assuntos predominantes na reunião também foi o leilão emergencial de energia, de hidrelétricas e térmicas, marcado para abril.
Nesse leilão, o governo tentará obter oferta de energia no curto prazo, de parte de usinas já em operação, a um custo mais baixo, que reduza o endividamento do setor.
Na próxima semana, será a vez de os presidentes dos bancos se encontrarem com a presidente Dilma."
Fonte: MF
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