"A estatal Furnas irá investir R$300 milhões até 2016 em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P&D+I) e priorizará novas fontes de geração, como projetos de energia pelo lixo e pelas ondas do mar, algumas delas ainda não exploradas no País. Este ano a empresa repetirá o valor de R$100 milhões aplicado em 2012, que representou uma ampliação de mais de 1000% em comparação ao realizado em 2011.
Segundo a empresa, esse aumento se deve às mudanças de sua gestão a fim de tornar a inovação área estratégica da empresa e trazer rentabilidade aos negócios. A intenção agora é transformar os projetos em produtos e serviços, agregar vantagem competitiva e, sobretudo, viabilizar o retorno do capital investido e a rentabilidade, contribuindo para o crescimento sustentável da empresa.
“Com o processo de reestruturação em curso em Furnas, P&D+I foi incorporada pela área de Novos Negócios, que passou a dar um tratamento estratégico à inovação no sentido de transformá-la em unidade de negócio”, destaca o gerente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação de Furnas, Renato Norbert.
Entre as mudanças já realizadas está a abertura para recebimento de cadastro de ideias externas. Implantado em 2012, o sistema recebeu 152 ideias e estabeleceu novas parcerias com instituições de ensino e pesquisa, além de empresas de base tecnológica.
“O objetivo de Furnas com os projetos dos programas de 2012 a 2016 é conseguir um número maior de patentes e, consequentemente, a exploração comercial do resultado dos estudos realizados. Com o desenvolvimento de inovações e a detenção de direito sobre elas, conseguiremos reduzir nossos custos nos leilões”, acrescenta Norbert.
Energia do lixo
Entre os projetos selecionados está a usina de tratamento de lixo por pirólise não-enzimática, que consiste num processo químico exotérmico (liberação de calor) para decomposição do lixo. Durante esse processo, são liberados gases que geram energia. Trata-se da primeira usina com essa tecnologia a ser implantada no país para geração de energia por meio do tratamento de resíduos sólidos urbanos.
A usina terá 1MW da capacidade e será implantada em município lindeiro ao reservatório da usina de Furnas, em Minas Gerais. O projeto está em fase final de convênio e negociação com uma prefeitura mineira. A ideia da estatal é doar a primeira usina à administração municipal e, a partir da segunda usina implantada, comercializar a tecnologia como solução de tratamento de lixo para geração de energia em todo o País, sobretudo nos municípios com população inferior a 40 mil habitantes.
“Será uma solução rápida, econômica e sustentável para o lixo produzido. Embora seja para cidades pequenas, se o Rio de Janeiro implantar várias pequenas usinas de tratamento de lixo em locais estratégicos da cidade, por exemplo, o movimento de transporte deste lixo será bem inferior ao que acontece atualmente, além da redução do custo deste serviço e da eliminação de depósitos”, ressalta Norbert. O prazo de estudos e desenvolvimento do projeto, que já começou, é de 18 meses.
Energia das marés
Outro projeto já contratado e iniciado é o conversor offshore para geração de energia pelas ondas do mar, desenvolvido em parceria com a Coppe-UFRJ e a Seahorse Wave Energy Energia de Ondas, empresa incubada na Coppe.
A usina será instalada no Rio de Janeiro, perto da costa, mas em mar aberto, presa ao fundo do mar a uma profundidade de cerca de 20 metros. A geração será totalmente offshore, o que a torna a primeira no país com essa característica.
A energia provocada pelo movimento das ondas é utilizada para acionar um motor-gerador. Posteriormente, a energia gerada é transmitida ao litoral por cabo submarino. O prazo entre desenvolvimento e implantação é de 30 meses."
Fonte: Jornal da Energia
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