"O Escritório Regional da ONU Mulheres para as Américas e o Caribe e a campanha do secretário-geral das Nações Unidas “UNA-SE pelo Fim da Violência contra as Mulheres” se juntaram à campanha global da Organização Internacional do Trabalho (OIT) para apoiar o Dia Mundial contra o Trabalho Infantil.
Este ano, a campanha global quer chamar a atenção para a violência sofrida por meninas trabalhadoras domésticas.
De acordo com o Relatório Mundial de 2011 sobre violência contra crianças do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o trabalho infantil doméstico é classificado como um trabalho de alto risco para meninas e meninos.
A OIT estima que há mais meninas menores de 16 anos trabalhando no serviço doméstico do que em qualquer outra categoria de trabalho infantil. E, embora uma pequena proporção seja do sexo masculino, o trabalho infantil doméstico é mais comum entre meninas, especialmente as meninas com menos de 16 anos.
O comportamento violento e abusivo em relação a crianças que trabalham no serviço doméstico é muito mais comum do que se imagina. Este tipo de ocupação inclui: longas jornadas de trabalho (cargas horarias de 16 horas não são incomuns), coças, puxões de cabelo, queimaduras com água fervente ou com um ferro de passar e negação de alimentos. A violência psicológica inclui: gritos, insultos, ameaças e linguagem obscena.
As meninas muitas vezes são vítimas de assédio sexual e, às vezes, são estupradas; se ficam grávidas podem ser demitidas. Além disso, as meninas que são despedidas ou que engravidam e são expulsas das casas muitas vezes acabam nas ruas, exploradas na prostituição, já que não têm muitas opções.
A falta de recursos e informações sobre como viajar ou aonde ir e a vergonha de estarem “estragadas” acabam impedindo-as de voltar para casa.
A natureza fechada dos lares, o isolamento das crianças e a natureza “invisível” do emprego colocam estas meninas e meninos em situações de risco considerável. Eles estão à mercê do empregador e de outros membros da família.
O estudo global sobre violência indica que a maioria dos atos de violência física e psicológica contra crianças e adolescentes no trabalho doméstico são cometidos por mulheres – geralmente as empregadoras –, mas muitas vezes as meninas sofrem violência sexual por homens da família empregadora.
Assim, os homens que vivem na casa são os principais agressores sexuais, mencionados em primeiro lugar o “dono da casa” (empregador) e, em segundo lugar, o filho da senhora. A ONU observa que, uma vez produzida a violência, a família reage em cumplicidade com o agressor.
Há uma falta quase total de dados sobre violência contra crianças no local de trabalho, principalmente aqueles que atuam no trabalho doméstico, mas a organização dois dados mencionados no relatório global sobre a região das Américas.
Em El Salvador, por exemplo, a pesquisa constatou que 66% das meninas no serviço doméstico disseram que tinham sido abusadas e que a ameaça de propostas sexuais por parte dos empregadores ou visitantes esteve sempre presente.
No Peru, quase todas as crianças trabalhadoras domésticas relataram que haviam sofrido maus-tratos em forma de castigo físico, discriminação, humilhação e assédio sexual."
Fonte: ONU/BR
Nenhum comentário:
Postar um comentário