"A diretoria da Celpa, concessionária responsável pela distribuição de energia elétrica do Pará, não pretende ceder aos apelos do Sindicatos dos Urbanitários e dos Engenheiros do Estado do Pará e não dará o primeiro passo para por fim ao movimento grevista, que mobiliza parte dos funcionários desde a última segunda-feira (17/06). De acordo com dados do sindicato, a greve conta com a adesão de 60% dos funcionários da empresa (70% do núcleo operacional), mas esse percentual é contestado pela empresa que afirma que o número de trabalhadores de braços cruzados não ultrapassa os 25%.
A paralisação está sendo motivada, segundo o sindicato, pela onda de terceirização e das recentes demissões da empresa, que teriam atingido mais de 40 postos no último mês, fora do âmbito do Programa de Demissão Voluntária (PDV) da Companhia.
De acordo com Renan Bodra, diretor de Gente e Gestão da Celpa, as demissões fazem parte da estratégia de reorganização da companhia, que encontra-se em recuperação judicial desde o ano passado. "Estamos tentando readequar o nosso quadro a essa estrutura. A empresa passa por uma fase delicada e cada um deveria ter o compromisso de tirar a Celpa da situação que ela se encontra", disse. A empresa, que antes pertencia à Rede Energia, passou a ser controlada pela Equatorial, em novembro.
Segundo Bodra, os trabalhadores demitidos foram justamente aqueles que não aderiram ao modelo de gestão e à busca por resultados."Empresa privada precisa dar resultados. Estamos em um meritocracia. Neste regime, premia-se funcionários por desempenho, mas eles também podem ser punidos", disse.
Bodra diz que as terceirizações que estão ocorrendo estão vindo no sentido de melhorar o serviço prestado e não precariezá-lo. "Só com a transferência do call center do Mato Grosso do Sul para o Pará, nosso nível de atendimento melhorou de 55% para 99%. Uma pesquisa de satisfação do cliente feita pela Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee) mostra que os paraenses já percebem essa melhora no serviço da Celpa. Houve um aumento de oito pontos percentuais no índice que mede a satisfação", disse.
Por fim, Bodra garantiu que apesar do posicionamento da companhia, que não pretende negociar com o sindicato, os trabalhadores que aderiram ao movimento não deverão ser punidos ou alvos de cortes futuros. "Nossos funcionários são avaliados unicamente pelo serviço que entregam", assegurou."
Fonte: Jornal da Energia
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