"As novas regras impostas pela Resolução nº 3 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), devem custar de R$20 milhões a R$30 milhões por mês para a Tractebel Energia, geradora do Grupo GDF Suez. Como a empresa detém participação de 7% no mercado, na divisão fica com 3,5% de uma conta que pode chegar a R$800 milhões mensais.
Os números foram apresentados pelo diretor-presidente da companhia, Manoel Zaroni Torres durante teleconferência com acionistas nesta terça-feira (30/04). Com a nova regra, o custo adicional para fins de segurança energética passou a ser rateado pelos agentes de mercado, via Preço da Liquidação das Diferenças (PLD) ou Encargo de Serviço do Sistema (ESS). Assim, geradores de energia ficaram com metade da conta antes dividida integralmente pela parcela de consumo.
Questionado por analistas sobre o rateio provocado pelo despacho das termelétricas fora da ordem de mérito, e o impacto nos contratos da empresa, Zaroni declarou que considera o custeio indevido, uma medida para não onerar o consumidor, sendo repassado ao gerador, e por isso, a empresa está tentando se proteger.
“É uma arbitrariedade que está causando dificuldades. Mas posso assegurar que nós temos tomados todas as providências e tentado nos proteger ao máximo”, afirmou. No início de abril, a empresa emitiu posicionamento por meio de um comunicado ao mercado, publicado no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), afirmando que estava “avaliando a pertinência legal, regulatória e técnico-econômica" da medida.
Resultados
A Tractebel registrou lucro de R$424,9 milhões no primeiro trimestre de 2013, valor 29,8% maior que os R$327,3 milhões apresentados no mesmo período do ano anterior. Segundo o diretor-presidente da companhia, Manoel Zaroni Torres, o montante foi impactado pelo maior volume de energia alocado pela companhia em janeiro.
Por isso, o executivo aconselhou que não fosse comparado os resultados trimestrais da companhia, tendo em vista que a alocação da energia é anual.
A empresa possui capacidade instalada de 6,9 GW em 22 usinas, com portfólio composto por 81% de hidrelétricas, 17% de termelétricas. Segundo Zaroni, essa participação de térmicas em carteira influenciou o resultado da companhia, com o aumento do Preço da Liquidação das Diferenças (PLD) no período.
O Ebitda da Tractebel avançou 22,2% entre os períodos comparados, cresceu 22,2% atingindo R$870,5 milhões no primeiro trimestre deste ano. Já a receita líquida aumentou 20,6% atingindo R$1,39 bilhão."
Fonte: Jornal da Energia
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