"Videla era julgado por participar de colaboração entre ditaduras
A morte do ex-ditador argentino Jorge Videla traz de novo à tona um dos aspectos mais repressivos dos regimes autoritários na América Latina: a Operação Condor, estabelecida por militares do continente a partir dos golpes de Estado no Chile e no Uruguai, em 1973. O plano consistia na colaboração entre as ditaduras do Cone Sul (Brasil, Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai) para a troca de informações sobre integrantes de movimentos de esquerda, chamados por elas de subversivos. A cooperação incluiu, ainda, operações conjuntas de perseguição e prisão de opositores, muitos dos quais terminaram assassinados.
O período governado por Videla (1976-1981) coincidiu com o de milhares de mortes e desaparecimentos. Assim como o ditador Augusto Pinochet, no Chile, ele comandou centenas de perseguições. Embora a Operação Condor tenha declinado a partir de 1979, com o início da redemocratização, suas consequências são lamentadas até hoje pelas famílias das vítimas, que ainda buscam justiça.
- Os militares do Cone Sul já trocavam informações desde os anos 1960. O que mudou com Pinochet, em 1975, foi a perseguição política mais direta, com prisões e atentados. No Chile, e também na Argentina, houve muitos casos de opositores de esquerda chilenos, paraguaios e até brasileiros desaparecidos. Houve, inclusive, troca de prisioneiros de um país para outro - explicou ao GLOBO Carlos Eduardo Vidigal, professor de História da América da Universidade de Brasília (UnB)..."
Íntegra: O Globo
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