Carlos Alexandre não se recuperou dos maus-tratos sofridos quando tinha apenas 1 ano e 8 meses.
SÃO PAULO Carlos Alexandre Azevedo, o Cacá, tinha 1 ano e 8 meses quando policiais invadiram a casa de sua avó, na Zona Sul de São Paulo, e o levaram para a sede do Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Dops), em janeiro de 1974, onde estavam presos os seus pais. Foi esbofeteado quando chorava e jogado ao chão durante a visita de militares de madrugada à casa da avó, em São Bernardo do Campo, em uma operação de identificação de possíveis aparelhos da resistência ao regime militar. Bateu a cabeça e nunca mais se recuperou, segundo o pai, o jornalista Dermi Azevedo, que contou a história no livro de memórias "Travessias torturadas", lançado no último ano.
Policiais que levaram o menino diziam que ele "já era doutrinado e perigoso", relatou a mãe, Darcy Andozia, que também foi processada sob acusação de dar proteção a militantes de esquerda, principalmente aos integrantes da ala progressista da Igreja Católica. Durante o tempo em que os pais ficaram presos, Carlos Alexandre foi criado pelos avós. Começou a procurar saber sobre o seu passado quando tinha entre 10 e 11 anos. As sequelas do que sofreu na infância se agravaram ao longo da vida.
Fonte: O Globo
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