´´Para enfrentar a onda de desemprego provocada pela crise financeira que assola a Europa desde 2008, os jovens espanhóis estão omitindo informações em seus currículos, para conseguir vagas que pedem profissionais menos qualificados. É o que denuncia reportagem divulgada pela agência de notícias britânica BBC.
A Espanha registra o maior índice de desemprego na Europa (22,9%), seguida por Grécia (19,2%), Lituânia (15,3 %) e Portugal (13,6 %), segundo projeções da Oficina de Estatísticas do bloco regional (Eurostat). Entre os trabalhadores jovens, o índice é mais preocupante: 48,7% estão sem trabalho.
De acordo com a reportagem, a cada dia 10% dos jovens espanhóis mentem em seus currículos, deixando de lado informações sobre experiência profissional em cargos elevados e formação educacional, na expectativa de aumentar suas chances na disputa por uma vaga de emprego. O levantamento foi elaborado pela União Geral dos Trabalhadores, em parceria com consultoras e entidades sindicais.
A pesquisa indica que a maioria dos que escondem dados é de profissionais experientes do setor de serviços que estão mais de um ano sem emprego e de universitários recém-formados com alto nível de qualificação.
A mesma geração, nascida a partir de 1980, que hoje sofre com o resultado da crise gerada pela exploração do capital, é também considerada a que tem o mais elevado grau de educação do país, segundo a Pesquisa Nacional de População Ativa. Pelos dados oficiais, 39% dos espanhóis entre 25 e 35 anos tem diploma universitário, enquanto a média da União Européia é de 34%.
Outro reflexo da crise financeira na juventude Espanha é o aumento da imigração. De acordo com dados do governo espanhol, a dificuldade financeira já motivou a saída de 300 mil jovens do país, devido à falta de perspectivas no mercado de trabalho.
O estudo elaborado pela Fenac, órgão oficial espanhol, alerta para os riscos da perda de tão jovens, na sua maioria, jovens altamente qualificados. De acordo com os dados fornecidos pelo levantamento, “desde inícios de 2008 até ao final de 2011, aumentou em 25,6% o número de espanhóis maiores de idade residentes no estrangeiro”, o que em números absolutos se traduz em “307.900 pessoas em idade de trabalhar”.´´
Extraido de http://www.andes.org.br:8080/andes/print-ultimas-noticias.andes?id=5149
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