“Autor(es): Bettina Barros | De São Paulo
A mecanização nas lavouras de cana-de-açúcar de São Paulo alcançou 70% das usinas e 20% dos fornecedores do Estado na safra 2010/11, segundo balanço da Secretaria de Meio Ambiente. Isso representa uma área de 2,62 milhões de hectares mecanizados - ou 55,6% da cana plantada no Estado. Na safra 2009/10, esse percentual era de 55,8%. Em 2006/07, 34,2%.
Pelo ritmo apontado no novo balanço, o governo paulista acredita que 100% das áreas planas de cana estarão mecanizadas até 2014, conforme o cronograma do Protocolo Agroambiental da Cana-de-Açúcar. Lançado em junho de 2007 pelas secretarias de Agricultura e Meio Ambiente de São Paulo e pela Unica (entidade que representa usinas do Centro-Sul), o acordo visa antecipar o fim das queimadas na colheita e a consequente redução das emissões de gases de efeito estufa do setor.
O acordo entre o governo e usineiros estabelece a antecipação do fim das queimadas em áreas mecanizadas para 2014. Para as áreas não-mecanizáveis, o limite final é 2017. Em novas áreas de plantio a mecanização é obrigatória. Mas a tendência, diz o governo, é que bem antes não haja mais queima.
"Começamos pela cana porque é o setor mais organizado, mas já estamos em conversas para estender o protocolo para outras culturas paulistas", disse o secretário de Meio Ambiente, Bruno Covas. Nesse cenário de protocolo expandido, o segmento de suinocultura seria o próximo no alvo do governo - por também ser mais estruturado, ainda que pequeno no Estado.
Desde o início do protocolo, o percentual de cana queimada recuou de 65,8% do total para 44,4%. Entre a penúltima e a última safra, porém, houve um ligeiro aumento: de 44,2% para 44,4%. Segundo o governo, a alta se deveu a 4% de incêndios não intencionais - 2010 foi um ano atípico de muita seca, o que teria provocado o aumento nos focos de incêndio no Estado.
Com os avanços de mecanização já obtidos, o governo calcula que deixaram de ser jogados na atmosfera 14,2 milhões de poluentes em geral, sendo 2,4 milhões de toneladas de CO2.
Apesar do resultado, o setor ainda enfrenta gargalos ambientais. Um deles é o estoque de palha deixado nos canaviais. Após a colheita, parte dela funciona como matéria orgânica para o solo - o que é bom. O problema é o excedente.
Segundo a secretaria, são 32 milhões de toneladas de palha deixadas nos 2,6 milhões de hectares mecanizados. Daqui a quatro anos, serão 70 milhões de toneladas da palha ao ano. "Se fosse usada para a geração de energia, a palha representaria quase duas vezes a geração de energia de Belo Monte", diz Ricardo Veigas, diretor do Departamento de Desenvolvimento Sustentável da secretaria.
São Paulo responde por 70% da produção de cana no Brasil e 17% da produção de etanol no mundo. A previsão estadual para a safra atual é de 4,9 milhões de hectares, devendo chegar a 7 milhões de hectares em cinco anos.”
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