“Nesta sexta-feira, 29, a FUP reúne-se com representantes do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro para denunciar o assédio dos gestores da Petrobrás sobre os médicos do trabalho para que cumpram metas, evitando os afastamentos de trabalhadores acidentados e doentes. Em várias unidades do Sistema Petrobrás, há denúncias de que os médicos da empresa estão sendo pressionados a reavaliar os atestados apresentados pelos trabalhadores, contrariando as orientações médicas anteriormente feitas por outros profissionais de saúde.
No último ida 18 de abril, um Técnico em Química do Petróleo da Reduc sofreu um acidente de trabalho no laboratório da refinaria, quando respingos de uma mistura de clorofórmio e metanol atingiram seu olho esquerdo, embora estivesse portando EPI completo, inclusive óculos de segurança. Encaminhado pela Reduc a um especialista, o trabalhador recebeu atestado médico afastando-o de suas atividades durante três dias e orientando o uso de medicação e repouso em local escuro. O médico da refinaria, no entanto, desconsiderou o atestado e determinou que o petroleiro acidentado continuasse trabalhando, apesar da queimadura química no olho.
Esta situação, apesar de colocar em risco a saúde do trabalhador e ser totalmente anti-ética do ponto de vista médico, tem acontecido com freqüência. É mais uma forma que os gestores da Petrobrás encontraram para burlar a legislação e mascarar os índices de afastamento, como a TFCA e a TFSA. Os médicos do trabalho transformaram-se em instrumento das gerências para darem continuidade à absurda política da empresa de subnotificação de acidentes e doenças ocupacionais com afastamento.
Além de denunciar fatos como este aos membros do CRM-RJ, a FUP também solicitou uma audiência com os representantes do Conselho Federal de Medicina, em Brasília, para cobrar providências em relação à postura da Petrobrás.”
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