“Relatório de obras emergenciais em São Paulo, obtido pela Folha, aponta que 37% das construções estão fora do prazo
Um dos 18 projetos atrasados é a linha de transmissão de Tijuco Preto-Nordeste, prevista para 2007
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) revelou que 37% das obras emergenciais para o reforço do sistema de transmissão e distribuição de energia elétrica em São Paulo estão atrasadas. Há obras que podem ficar prontas apenas cinco anos depois da data original.
Essa situação amplia riscos de a infraestrutura não suportar a demanda crescente por energia. Nelson Hubner, diretor-geral da Aneel, reconheceu o problema, mas refutou acusação do secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, de que a agência não tem licitado obras emergenciais no Estado.
Segundo relatório elaborado pela Aneel em fevereiro e obtido pela Folha, das 49 obras consideradas emergenciais ao Estado, 18 estão fora do prazo previsto. O principal problema ainda é o licenciamento dos empreendimentos, mas há também atrasos relacionados a licitação das obras. De acordo com o relatório da Aneel, a maior parte dessas obras é de responsabilidade de Furnas (subsidiária da Eletrobras) e da CTEEP (Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista).
ATRASO CRÔNICO
Há linhas de transmissão consideradas importantes para o abastecimento da Região Metropolitana de São Paulo que deveriam estar prontas em outubro de 2007. O projeto Tijuco Preto-Itapeti-Nordeste se tornou um símbolo do descompasso entre o planejamento e a execução de obras.
Com previsão inicial de conclusão em 2007, ele só deverá ter seus sistemas de transmissão entregues em junho de 2012. O principal motivo para o atraso está na dificuldade de os projetos terem a licença para a construção. Hubner, da Aneel, negou que o atraso seja a razão dos últimos desligamentos em São Paulo. Segundo ele, só o atraso da construção da subestação de Piratininga 2 tem relação com os apagões da região sul da capital.
Sem essa estrutura, a carga necessária para abastecer a área está concentrada na subestação Bandeirantes. Em períodos de forte demanda, não há um sistema adicional capaz de dividir a carga necessária para abastecer a clientela. Esse problema só vai ser resolvido com a entrega da subestação, agora prevista para novembro deste ano.
DIFICULDADE
Nesse caso, a dificuldade foi definir uma área que fosse aceita pela autoridade ambiental. "Não é tarefa simples encontrar uma área para instalação de uma subestação em São Paulo", diz Hubner. Para o governo paulista, das cinco obras consideradas prioritárias para a Região Metropolitana, apenas as da subestação Jandira estão dentro do cronograma. O Estado também cita Piratininga 2 e as linhas de transmissão Baixada Santista-Alto da Serra, Alto da Serra-Sul e Linha de Transmissão Tijuco Preto-Itapeti-Nordeste.”
Autor: Agnaldo Brito e Rogério Pagnan”
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