“Enquanto as empresas independentes negociam com o governo uma política de incentivos, a novata capixaba Vipetro parece não ter medo de sonhar em ser uma importante produtora de petróleo do país. Prevê produzir 2.700 barris de petróleo dentro de três anos, o equivalente a toda a produção atual das pequenas e médias e grande para uma empresa que produz hoje cinco barris por dia, em teste.
Desde 2005, quando adquiriu seu primeiro bloco exploratório na 7ª Rodada de Licitações da Agência Nacional do Petróleo (ANP), a Vipetro já conta com nove descobertas em terra no Espírito Santo nos três blocos que a empresa opera. Foram apenas dois poços secos dos onze perfurados até agora, uma taxa de sucesso elevada para quem não é do ramo. Esse resultado animou os donos da pequena petrolífera nacional a quererem mais.
O gerente de exploração e produção, Dirceu Santos, atribuiu as descobertas de jazidas na área ao modelo exploratório certeiro utilizado pelos geólogos da empresa, o mesmo que levou às descobertas da Petrobras na área 30 anos atrás. "O modelo exploratório do Espírito Santo é vencedor, em dois blocos onde perfuramos oito poços encontramos oito jazidas e isso chamou a atenção", explica Santos, um dos dez empregados da Vipetro que trabalharam longos anos na Petrobras.
A Vipetro já tem planos para produzir petróleo com custos relativamente baixos. A ideia é usar o método de bombeio de cavidade progressiva (BCP), instalar tanques com capacidade para 400 barris ao lado e aliviá-los usando carretas. A empresa comprou recentemente um terreno com 100 mil quadrados onde será instalada uma estação de tancagem e para tratamento e separação da água que é produzido junto com o petróleo.
"Estamos pensando lá na frente. Achamos que para estar em um negócio grande temos que pensar grande", afirma Laury Fernandes, um dos donos do grupo Vitória Ambiental, braço de serviços do mesmo grupo Vipetro.
As descobertas de petróleo em uma bacia terrestre madura como a do Espírito Santo levaram a empresa a projetar investimentos de R$ 100 milhões nos próximos três anos, com ou sem novos parceiros. É mais que o triplo dos R$ 30 milhões que ela investiu nos últimos quatro anos. O volume é pequeno comparado aos orçamentos gigantescos de empresas como OGX, Shell ou Petrobras, mas é grande para uma pequena empresa.
A Vipetro não contratou uma certificadora - o que é caro para uma empresa desse porte - e estima que suas reservas sejam hoje de 20 milhões de barris de óleo equivalente. Esse volume pode ser maior, segundo Dirceu Santos, porque o último poço perfurado no bloco 466, chamado Vita 12, tem um modelo geológico parecido com o campo de Cação, onde a Petrobras chegou a produzir no mar 1.000 barris ao dia. "E nossa descoberta é em terra, onde produzir é mais barato, e já temos recursos como sondas e revestimentos", diz.
Laury Fernandes explica que se não abrir capital, a velocidade de entrada das áreas em produção pode ser menor, mas será feita de qualquer maneira, com recursos próprios. Mas admite que está aberto a parcerias com outras empresas - já conversou com algumas companhias americanas cujos nomes não informa - desde que "possam acrescentar experiência ao negócio". Também não descarta o mercado de capitais.
"Daqui para frente vamos desenvolver as áreas para produzir e, se arrumarmos parceiros, a velocidade será bem maior, pois hoje temos apenas uma sonda de perfuração e uma de completação", afirma Fernandes.”Siga-nos no Twitter: www.twitter.com/AdvocaciaGarcez
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