"A Petrobrás desistiu de adquirir a participação acionária da italiana Eni na portuguesa Galp Energia porque os preços que estavam sendo cobrados não estavam "dentro dos parâmetros de lucratividade" da empresa brasileira. A justificativa é do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.
O ministro confirmou ontem a desistência da petrolífera brasileira na negociação. "A Petrobrás examinou essa possibilidade de associação com a Galp, mas chegou à conclusão de que no momento ela não é vantajosa aos interesses da Petrobrás", afirmou o ministro.
Segundo fontes do mercado, a estatal brasileira teria oferecido 3,5 bilhões em contrapartida aos 4,7 bilhões pedidos pela Eni pela sua participação de 33,3% na Galp.
Sem pressa. Na última segunda-feira, a Eni já tinha dado as negociações por encerradas. O executivo-chefe da empresa italiana, Paolo Scaroni, afirmou que a Eni não tem pressa em vender o ativo.
"Nós não temos pressa para vender a participação. Vamos fazer isso quando e se recebermos o que consideramos uma oferta justa.". Além da venda, a empresa informa que está avaliando "uma série de outras oportunidades" para o ativo.
Segundo Scaroni, o investimento da Eni na Galp gerou um retorno de mais de 1 bilhão desde 2000, excluindo valorização de capital. A fatia na Galp vale 4,1 bilhões a preços correntes, uma soma que ajudaria a reduzir a dívida sobre o balanço financeiro da Eni.
A Galp e Petrobrás já são parceiras na exploração de petróleo no Brasil no bloco BM-S-11 (Lula e Cernambi), além do BM-S-8, BM-S-21 e BM-S-24.
A Petrobrás também avalia a possibilidade de fazer outras sinergias com a Galp, que poderia ser a porta de entrada da estatal brasileira para a distribuição de derivados na Europa. / EDNA SIMÃO E KARLA MENDES e AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
PARA LEMBRAR
Negociações começaram em 2010
A especulação do avanço da Petrobrás sobre a petrolífera Galp, por meio da Eni, é antiga. Uma cláusula contratual, no entanto, previa que a italiana permanecesse no capital da empresa portuguesa até o dia 31 de dezembro de 2010. No fim do ano passado, o primeiro ministro português, José Sócrates, fechou um acordo com o ex-presidente Lula prevendo a aquisição.
A Galp é vista como estratégica para o País, já que a empresa tem participações de 10% a 20% em cinco das dez descobertas já realizadas na camada pré-sal. Ela poderia, ainda, ajudar na entrada da produção brasileira em Portugal. O valor cobrado, no entanto, foi considerado alto por analistas, e a presidente Dilma Rousseff avaliou que o acordo prejudicaria a petrolífera brasileira."
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