terça-feira, 20 de maio de 2014

Fiesp defende MP579 e diz que festa vai acabar para Cesp, Copel e Cemig (Fonte: Jornal da Energia)

"O diretor do Departamento de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Carlos Cavalcanti, defendeu veementemente a Medida Provisória 579/12, que resultou na redução da ordem de 20% das tarifas de energia elétrica em 2013 com a renovação das concessões de geração e transmissão. Ele ainda criticou a decisão das geradoras Cesp, Cemig e Copel por não aderiram à medida, privilegiando os interesses de seus acionistas em detrimento aos da população brasileira.
"A Fiesp, eu tenho certeza que a Firjam, se orgulham da Campanha Energia a Preço Justo, que vitoriosa fez prevalecer a tese de que o Brasil deveria expurgar do preço da energia o valor do investimento das hidrelétricas amortizadas", disse Cavalcanti nesta segunda-feira (19/05), diante de uma plateia de mais de 720 pessoas, entre empresários, professores e técnicos de diversas áreas do conhecimento, que participaram do LETS, evento realizado em São Paulo. O encontro de quatro dias de duração objetiva expor e discutir soluções para os gargalos da infraestrutura no Brasil.
Segundo Cavalcanti, o quadro de escassez hídrica foi dramaticamente potencializado pela decisão da Cesp, da Cemig e da Copel que não participaram do esforço para reduzir os preços do setor elétrico. "Não bastasse não renovar a concessões dentro dos parâmetros da MP579, essas empresas se aproveitaram do quadro de aumento da energia e alocaram mais de 2.500MW médios no mercado do curto prazo, agravando o déficit de energia das distribuidoras e radicalizando a crise de preços da energia elétrica para toda a população", disse.
Cavalcanti deixou claro que a Campanha Energia a Preço Justo não pode ser confundida com congelamento das tarifas, em uma transparente critica à decisão do governo, que optou por não repassar o aumento das tarifas de energia que ocorreram no ano passado com o acionamento das termelétricas. Em suas palavras, Cavalcante classificou o represamento das tarifas como "uma interveniência perversa".
"Nem o País, nem o consumidor é interessado na inviabilidade econômica das distribuidoras. A regra seria o repasse imediato das tarifas. Por razões de ordem econômica, externas ao setor elétrico, a autoridade econômica do governo federal decidiu postergar no ano passado o repasse do aumento de custos ao consumidor. Se certo ou se errado, é juízo que diz respeito às convicções pessoais de cada um a respeito da politica econômica”, disse Cavalcanti.
Sobre o lucro obtido pelas geradoras Cesp, Cemig e Copel, que praticamente dobrou no primeiro trimestre deste ano, Cavalcanti avisou que a "festa vai acabar". "Em algum momento as chuvas retornarão ao seu padrão histórico e as hidrelétricas voltarão a produzir a plena carga. Essas três empresas perderão, a partir do início de 2015, a concessão de suas usinas. Nesse momento, a festa vai acabar e a tarifa vai abaixar de novo."
Por fim, o diretor lembrou que o Custo Marginal da Operação superou os R$1.600,00/MWh e o PLD atingiu o seu teto de R$822,83/MWh neste ano. “Mas principalmente é verdade que graças à coragem de quem levou a Campanha da Energia a Preço Justo, hoje o complexo Paulo Afonso está produzindo energia a R$6,81/MWh, Xingó a R$8,11/MWh, Marimbondo a R$8,93/MWh, Furnas R$9,25/MWh, Estreito R$9,47/MWh, Luiz Gonzaga a R$9,72/Mwh, só para citar alguns exemplos”, enfatizou Cavalcanti. "O Brasil paga caro pela sua energia, mas um pouco menos caro se a Campanha da Energia a Preço Justo não tivesse sido vitoriosa", finalizou."
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário