segunda-feira, 24 de março de 2014

Raízen é processada em R$ 10 milhões por discriminação (Fonte: MPT-SP)

"Empresa é acusada de manter lista suja com funcionários impedidos de serem contratados em novas safras
Bauru – O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Bauru (SP) ingressou com ação civil pública contra a Raízen Energia por discriminação. Na ação, o MPT pede indenização de R$ 10 milhões por danos morais coletivos. A companhia é acusada de incluir em uma lista os nomes de funcionários que processaram a empresa e dos que tiveram problemas de saúde ou baixa produtividade em safras anteriores. A relação impede a contratação desses trabalhadores nas novas safras. O processo requer, ainda, liminar que proíba a empresa de continuar a usar a lista. A Raízen foi criada em 2011 a partir da integração dos negócios das empresas Cosan e Shell.
A companhia contratava arregimentadores de mão de obra, os chamados “gatos”, e os obrigava a seguir as ordens discriminatórias, fornecendo, ao fim de cada safra, os nomes dos trabalhadores que não poderiam ser contratados na safra seguinte. Muitas vezes, a relação trazia mais de 5 mil nomes. A companhia emprega cerca de 9 mil trabalhadores, a cada safra, apenas na Usina Diamante, em Jaú (SP), base da investigação do MPT.
Os funcionários dessa unidade são, em sua maioria, do interior de Minas Gerais, estado que, segundo o censo de 2010 do IBGE, possui mais de 900 mil pessoas na miséria.
De acordo com o procurador Marcus Vinícius Gonçalves, responsável pela ação, a companhia exige a seleção discriminatória de seus arregimentadores desde 2005, quando ainda usava o nome Cosan. A prática não é restrita apenas à Usina Diamante, mas a todas as filiais, 11 delas localizadas no interior de São Paulo. “A prática instaura uma política de terror e opressão sobre o trabalhador, que tem somente sua força física para oferecer como moeda de troca no mercado de trabalho. Essa conduta transmite a mensagem de que é preferível trabalhar até a exaustão ou morte do que causar problemas à Raízen”.
Caso a empresa seja condenada, o dano moral será revertido ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
A Raízen atua na produção de etanol, distribuição de combustíveis pela marca Shell, cogeração de energia (bioeletricidade) e produção de açúcar.
Raízen Energia S.A - Processo nº 0010539-23.2014.5.15.0024"

Fonte: MPT-SP

Um comentário:

  1. Gostaria de perguntar à Advocacia Garcez e ao procurador Marcus Vinícius Gonçalves (MPT-SP) o que faz com que os mesmos funcionários que são submetidos a condições discriminatórias em uma empresa, queiram voltar para trabalhar na mesma empresa e no mesmo serviço? Isso é vício. Aliás, uma situação assim é palhaçada! Se o serviço estava tão ruim assim porque brigar na Justiça para querer voltar? Acho essa ação e essa condenação pura palhaçada. Se um funcionário está sendo explorado, ele tem mais é que pedir as contas e se mandar. Acho que a empresa tem o direito de escolher quem ela não quer mais contratar sim. Acho direito do Raízen ter uma lista suja dessa sim. É de direito de quem paga.

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