"Seleção brasileira embarca para a Copa do Mundo de 1962 em avião da Panair: fechamento favoreceu a Varig, que tinha relações privilegiadas com os militares
No dia 23 de março, a Comissão Nacional da Verdade, instituída em 16 de maio de 2012 pela presidente Dilma Rousseff para apurar violações de direitos humanos ocorridas entre 1946 e 1988, vai investigar, pela primeira vez, atos de perseguição da ditadura militar contra uma empresa. Em audiência pública no Rio de Janeiro, será debatida a extinção da companhia aérea Panair do Brasil, que teve suas operações abruptamente encerradas no dia 10 de fevereiro de 1965, por meio de um decreto governamental. Cinco mil funcionários, além da história da aviação brasileira, foram afetados.
"A gente quer agora uma reparação moral. Eu não penso em dinheiro. A família Panair se reúne porque não tem uma causa mortis", diz Rodolfo da Rocha Miranda, filho de um dos donos da Panair, Celso da Rocha Miranda, que tinha como sócio Mario Wallace Simonsen. Família Panair é o termo que nasceu do encontro periódico de ex-funcionários e seus descendentes, que se reúnem até hoje. Esperam uma espécie de certidão de óbito daquela que já foi considerada a companhia aérea de bandeira brasileira. A Panair chegou a voar para Beirute, capital do Líbano.
Responsável pelo grupo da comissão que investiga o golpe civil-militar de 1964, Rosa Maria Cardoso da Cunha diz que a audiência pública será uma mesa de debates sobre o caso Panair. O objetivo é colher dados, depoimentos e documentos que vão integrar o relatório final da Comissão Nacional da Verdade, com prazo de conclusão em maio de 2014, quando a comissão será extinta..."
Íntegra em Valor
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