"Relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgado na terça-feira (12) registra que o Brasil alcançou a taxa de desemprego de 4,6% em dezembro de 2012, menor nível histórico, abaixo da média sólida do país para o ano que foi de 5,5%. Entretanto, o país ainda precisa melhorar a qualidade das oportunidades, especialmente para jovens e trabalhadores vulneráveis, gerando condições para que micro e pequenas empresas aumentem as contratações formais com proteção social.
O estudo Crise na Europa: Reflexões para o caso do Brasil afirma que mesmo com a crise na Europa, as políticas do governo continuaram a enfrentar as desigualdades socioeconômicas. A estabilidade macroeconômica, juntamente com uma década de políticas socialmente inclusivas, produziram um efeito cumulativo, levando a um novo contexto social e de mercado de trabalho. Os índices de extrema pobreza diminuíram significativamente, entre 2001 e 2011, a porcentagem da população com renda abaixo de 1,25 dólar por dia caiu de 14% a 4,2%, bem abaixo da meta de 12,8% dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM.
De acordo com o documento, o setor produtivo brasileiro foi afetado pelo clima de incerteza e pela menor demanda internacional, o que levou empresas a restringirem o investimento, preferindo reduzir os estoques e operar com a capacidade instalada existente. A diferença resultante entre produção e demanda interna foi satisfeita por meio de importações.
O desempenho comercial do país também sofreu impactos negativos pela demanda internacional enfraquecida e pela diminuição dos preços de seus principais produtos (como minério de ferro e etanol), segundo o estudo. As exportações brasileiras atingiram um nível recorde em 2011 de 256 milhões de dólares, mas sofreram queda de 5,3% em 2012, para 243 milhões de dólares. As importações também atingiram um recorde em 2011 de 226 milhões de dólares e um declínio modesto de 1,4% em 2012 – ou 223 milhões de dólares.
Em um estudo geral sobre a América Latina, intitulado Crise na Europa: Fortalecer as instituições de trabalho latino-americanas, a OIT disse que a Europa vai persistir gerando incertezas na economia mundial e enfatizou a necessidade de fortalecer uma série de instituições laborais para evitar que isto se reflita em uma deterioração dos mercados de trabalho na América Latina.
“A persistente incerteza faz necessário determinar as políticas que os países teriam que adotar no campo laboral no caso de uma piora da situação”, disse a Diretora Regional da OIT para América Latina, Elizabeth Tinoco. A Diretora acrescentou que neste momento os países da região podem fazer esta reflexão sem a urgência imposta pelas crises, o que é positivo considerando que várias das medidas propostas “necessitam de tempos relativamente longos para sua implementação”.
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