Por Natália Bezutti



O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) tem perdido técnicos de sua equipe para grandes empresas do setor, como a estatal chinesa State Grid, que buscou no órgão pessoas preparadas para estudar e, futuramente, disputar o Linhão de Belo Monte. A informação, que havia sido adiantada pelo Jornal da Energia, foi confirmada pelo diretor-geral do órgão, Hermes Chipp, que também revelou que está em curso um trabalho conter esse fluxo de saída de profissionais.
A ação do ONS está sendo estruturada sobre uma política de retenção de talentos com uma remuneração competitiva. O assunto, inclusive, passa por uma articulação entre o conselho de administração do órgão e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), uma vez que o regulador precisa aprovar o orçamento do operador. Mesmo assim, Chipp pondera que o movimento pode continuar, uma vez que a situação é algo normal dentro do mercado.
"Isso vai minimizar, mas não impedir que aconteça. Quando uma empresa chega ao País, procura técnicos que convém, com uma política de remuneração agressiva para captar recursos no mercado. Depois, desacelera".
O diretor-geral afirma que agora o assunto depende somente do regulador, mas se mostra otimista. "Neste ano nós elaboramos uma política de remuneração com base no mercado, feita por uma consultora, e encaminhamos para Aneel. Espero que a agência aprove, porque ela está sensibilizada com essa situação do ONS".
Apesar das considerações, Chipp diz que muitos profissionais que saíram do operador em busca de novas oportunidades estão voltando. "Às vezes, você tem uma ilusão. Não é só o salário, mas uma política de reconhecimento, capacitação, treinamento e benefícios. É um pacote global".
No ano passado, a Aneel aprovou um orçamento de R$432,3 milhões para o ONS, válido até junho deste ano. O valor ficou R$340,2 milhões abaixo do que havia sido solicitado pelo órgão, que queria R$772,5 milhões até dezembro de 2012.
Na ocasião, a diretoria da Aneel foi unânime em mostrar desconforto com a obrigação de julgar as necessidades financeiras do ONS. O diretor Edvaldo Santana Santana chegou a dizer que "isso nunca deveria ser tratado pela Aneel" e sugeriu que o próprio Conselho de Administração do ONS votasse o assunto, como acontece na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
O diretor Romeu Rufino ressaltou, na ocasião, que "o ONS é uma fundação sem fins lucrativos, de direito privado, mas usa recursos públicos", o que justificaria um controle. Mas, ainda assim, apontou que "talvez fosse melhor alocar essa responsabilidade em outro lugar que não a Aneel"."
Extraido de http://www.jornaldaenergia.com.br/ler_noticia.php?id_noticia=10173&id_secao=11
Nenhum comentário:
Postar um comentário